Perante a escalada de suspensões verificada em vários países europeus, a Direção-Geral da Saúde (DGS) e o Infarmed acabaram por decidir interromper a vacinação com o imunizante da AstraZeneca, um dia depois de terem recomendado o contrário. A suspensão vai vigorar até que a Agência Europeia do Medicamento (EMA) volte a pronunciar-se sobre a sua segurança, o que deverá acontecer ainda esta semana. A consequência imediata é a interrupção da vacinação de professores e pessoal não docente, marcada para o próximo fim de semana.

Numa conferência de imprensa conjunta realizada ao final da tarde desta segunda-feira, coube ao presidente do Infarmed, Rui Ivo, anunciar que a DGS e o Infarmed recomendaram a “interrupção temporária” do processo de vacinação com a vacina da AstraZeneca, tendo por base o princípio da “precaução em saúde pública”. A decisão surge após casos de “reações adversas reportadas em vários países europeus”, mais concretamente, de tromboembolismos. A DGS e o Infarmed sublinham que ainda não foi estabelecida uma ligação entre os casos reportados e a toma da vacina, mas espera que, “durante esta semana”, a EMA apresente os resultados dessa avaliação.

Espanha, Alemanha, França, Itália, Venezuela e Suécia suspendem o uso da vacina AstraZeneca

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Vacinação de pessoal docente e não docente interrompida

A principal consequência desta interrupção é a suspensão da vacinação que estava prevista para o fim de semana de pessoal docente e não docente do pré-escolar e do primeiro ciclo. “Os planos que já estavam em execução foram postos em pausa a partir de hoje [segunda-feira] à tarde”, até que “as dúvidas deixem de existir”, explicou o coordenador da task force para a vacinação contra a Covid-19, Henrique Gouveia e Melo.

A toma das outras vacinas vai continuar, concentrada nos “grupos mais prioritários”, mas a task force prevê que a pausa da administração do fármaco da AstraZeneca atrase o plano de vacinação em duas semanas. Ainda assim, a primeira fase de vacinação deverá estar terminada em abril.

Portugal é o 19º país a suspender vacina da AstraZeneca. O que se passa e quão preocupado deve estar?

A vacina da AstraZeneca estava destinada aos professores, pessoal não docente e aos utentes com mais de 50 anos com comorbilidades até aos 80 anos. Esses utentes serão agora vacinados com as vacinas da Pfizer e da Moderna. Em Portugal, já foram administradas cerca de 400 mil vacinas e vão ficar em armazém cerca de 200 mil de forma a que não sejam desperdiçadas.