Na nova série documental de Demi Lovato, que  estreou esta terça-feira no SXSW Film Festival, a cantora revela que perdeu a virgindade na sequência de uma violação. Embora o envolvimento com o alegado violador tenha começado de forma consensual, o desenlace fugiu ao seu controlo. Momentos antes, uma Demi adolescente deixara claro que não queria avançar mais por não estar “preparada” para perder a virgindade naquele contexto.

“Eu fazia parte da equipada Disney que dizia publicamente que estava à espera do casamento. Não tive uma primeira vez romântica”, diz Lovato. “Isso não foi para mim.” A cantora esclarece ainda que, após o sucedido, teve de conviver com o alegado violador e vê-lo “o tempo todo”. A situação traumática fez com que deixasse de comer (Demi tem tido sempre problemas de distúrbios alimentares) e “aguentasse de outras maneiras”. Apesar de ter contado o episódio aos adultos que a rodeavam, diz a People, o alegado atacante nunca sofreu represálias, afirmando ainda que ele “nunca foi retirado do filme em que participava”.

“Liguei para essa pessoa um mês depois e tentei consertar as coisas ao ter controlo. Tudo o que fez foi fazer-me sentir pior”, diz sobre a agressão que sofreu quando era adolescente. De acordo com o The Guardian, Lovato esclarece que o episódio aconteceu quando estava a trabalhar para o Disney Channel, no fim dos anos 2000, numa altura em que ela e outras jovens celebridades, como Nick e Joe Jonas, Miley Cyrus ou Selena Gomez, usavam “anéis de castidade”. A estrela de 28 anos usou um desses anéis em 2008, quando se tornou famosa com o filme “Camp Rock”, da Disney Channel, quando tinha 15 anos.

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Além deste episódio, a cantora de 28 anos recorda ainda o momento da overdose, de opióides misturados com fentanil, que quase a matou em 2018 — um episódio que deixou sequelas físicas que ainda a atormentam. “Não foi apenas uma overdose. Eu fui abusada [pelo drug dealer]”, conta. “Quando me descobriram, eu estava nua, azul. Fui literalmente deixada para morrer depois de ele se ter aproveitado de mim.” Lovato recorda ainda como, já no hospital, foi questionada sobre se teria tido sexo consensual naquela noite. Num primeiro momento respondeu afirmativamente, mas, após um mês, percebeu o que realmente tinha acontecido. “Não estava capaz de tomar uma decisão consensual.”

Demi Lovato sofreu três AVC e um ataque cardíaco em 2018. “Disseram-me que tinha 5 a 10 minutos para viver”

O terceiro documentário de Demi Lovato, intitulado “Dançando com o Diabo”, está divido em quatro partes, e tem data de estreia no Youtube marcada para o próximo dia 23 de março. Conta com a participação de familiares e amigos, incluindo Elton John, e, nele, a artista fala abertamente sobre doença mental e vícios.