A Alta-Comissária para a Covid-19 da Guiné-Bissau, Magda Robalo, disse esta segunda-feira que as doses da Astrazeneca que chegaram ao país vão permitir vacinar 6.000 pessoas e que vão começar a ser administradas em Bissau, epicentro da pandemia.

Estas 12 mil doses representam seis mil pessoas, porque como sabem tem de se dar duas doses da vacina. O nosso plano é começar pelo Setor Autónomo de Bissau, que é o epicentro da pandemia”, afirmou Magda Robalo aos jornalistas, à margem da cerimónia de entrega das vacinas que chegaram a Bissau.

Nas declarações à imprensa, Magda Robalo precisou também que as doses que chegaram vão servir para vacinar as pessoas que “estão na linha da frente” e que são a “primeira prioridade, que são os técnicos de saúde“. A alta-comissária espera iniciar a vacinação na primeira semanal de abril.

A Guiné-Bissau recebeu 12.000 doses de vacinas contra a Covid-19 no âmbito de uma parceria público-privada entre uma empresa de telecomunicações sul-africana e a União Africana. “Para esta vacina ter o impacto que queremos é preciso que pelo menos 70% da população de risco esteja vacinada”, afirmou, salientando que ainda estão a aguardar a chegada de doses de vacinas no âmbito do programa de apoio Covax.

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O Covax [mecanismo de distribuição universal e equitativa de vacinas contra a Covid-19 gerido pela OMS] já anunciou que a Guiné-Bissau vai receber 120.000 doses de vacinas da AstraZeneca até final de maio. O Banco Mundial prevê apoiar a Guiné-Bissau para a cobertura de cerca de 15% da população, sendo que o Covax promete fornecer vacinas para cerca de 20% da população.

A Guiné-Bissau aprovou o uso de três vacinas, homologadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), contra a infeção provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, nomeadamente a Pfizer/BioNTech, Astrazeneca/Oxford e AstraZeneca do Serum Institute da Índia.

Questionada pelos jornalistas sobre a disponibilidade manifestada pela China para doar vacinas, Magda Robalo explicou que as autoridades chinesas ainda aguardam a homologação das suas vacinas pela OMS. “Se conseguir essa homologação, a Guiné-Bissau terá todo o prazer de aceitar essa vacina para administração no nosso país”, salientou.

A Guiné-Bissau regista mais de 3.500 casos de infeção pelo coronavírus, que já provocou a morte a 55 pessoas.