Depois da manifestação contra a forma como a pandemia está a ser gerida, a qual juntou na tarde de sábado cerca de 3 mil pessoas em Lisboa, um dos elementos da organização testou positivo para a Covid-19, avançou a TomarTV e confirmou o Observador.
Luís Freire Filipe, responsável pelas operações do “Movimento Defender Portugal”, que contribuiu para a realização do protesto de sábado, inserido na iniciativa World Wide Demonstration, confirma ao Observador que uma das pessoas da organização testou positivo após a realização de um teste rápido. O diagnóstico foi conhecido esta segunda-feira, cerca de 48 horas após o protesto, e falta ainda realizar um teste PCR.
A pessoa em causa esteve envolvida de forma individual na organização da manifestação, não estando, por isso, afeta a um grupo em específico. Já o Movimento Defender Portugal não foi organizador da manifestação de sábado, mas “colaborou dentro do possível na logística de suporte à manifestação”, usando as redes sociais para publicitar o evento, tal como o próprio Luís Freire Filipe explica no vídeo publicado na respetiva página de Facebook, onde insiste que a notícia avançada pela TomarTV é verdadeira.
https://www.facebook.com/defenderportugal2020/videos/436444134102125
Ao Observador, Luís Freire Filipe garante que a pessoa infetada “encontra-se bem, não apresenta sintomas e está em isolamento”, preferindo não revelar a sua identidade. Segundo Freire, a pessoa agora infetada esteve envolvida na manifestação desde o início, embora de forma individual, e esteve no protesto, mas apenas no início, para “assistir à montagem de toda a logística”.
“Antes das 15h estive reunido com esse elemento. Depois disso, a pessoa retirou-se.” Questionado sobre os motivos que levaram esta pessoa a não estar presente no protesto que ajudou a organizar, Luís Freire Filipe destaca “questões pessoais e de foro íntimo” e salienta que foi o próprio a informá-lo do diagnóstico. Luís Freire afirma ainda não ter conhecimento de pessoas em isolamento profilático na sequência deste caso positivo e garante que deixou de ter contacto com as pessoas envolvidas na manifestação. “O meu contributo cessou após a manifestação.”
O nome de Luís Freire Filipe consta no manifesto do protesto, recolhido pela revista Sábado, o qual foi organizado, segundo a mesma publicação, pelos coletivos Somos hUmaNIDADE, Sábados na Rua, Pela Liberdade! Pela Verdade!, Verdade Inconveniente e Juristas pela Verdade.
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A manifestação autorizada começou às 15h de sábado, 20 de março, no Parque Eduardo VII. Os manifestantes, muitos sem máscara e sem qualquer distanciamento social, desceram a Avenida da Liberdade até ao Rossio, com cartazes contra a obrigatoriedade do uso de máscaras e de outras medidas impostas pelo Governo.
Fonte policial disse à reportagem da Rádio Observador que o protesto decorreu sem incidentes, mas que também foram levantados três outros autos por consumo de álcool na via pública. A manifestação juntou cerca de 3 mil pessoas em Lisboa, que marcharam até ao Rossio em “defesa das liberdades” e contra as restrições impostas pelo Governo para conter a pandemia de Covid-19, tal como explicou então o Observador.