A Índia identificou uma nova variante do coronavírus SARS-CoV-2 com duas mutações de interesse nos genes que codificam a proteína spike (que se liga às células humanas): a E4840 e a L452R, noticiou o jornal Times of India.
É a primeira vez que esta combinação de mutações é encontrada no país. Estas mutações podem tornar o vírus mais infeccioso e com maior capacidade para escapar ao sistema imunitário.
As variantes que têm causado preocupação em outros países do mundo também já foram identificadas em 18 estados da Índia, segundo o ministro da Saúde indiano, embora ainda não tenha sido estabelecida uma relação direta com o pico de infeções agora registado no país.
[A Índia é o terceiro país com mais novos casos diários (média de sete dias).]
A variante mais comum no país é a britânica (B.1.1.7), com 736 casos identificados. Da variante sul-africana (B.1.351) foram identificados 34 e um da variante brasileira de Manaus (P.1). Além destas, o país segue mais 768 variantes de preocupação, refere o jornal Times of India.
O aumento do número de casos ativos no país levou alguns estados a proibir grandes ajuntamentos durante o festival sagrado hindu deste fim de semana, noticiou a emissora Aljazeera. E o governo federal anunciou que vai alargar a campanha de vacinação a maiores de 45 anos.
[A Índia é o terceiro país com mais doses dadas (50,84 milhões), mas é largamente ultrapassado quando se compara o número de doses por 100 mil habitantes (apenas 3,68).]
Esta quarta-feira a Índia registou o maior número de novas infeções num dia desde o início de novembro: 47.262, num total de 11,7 milhões de casos desde o início da pandemia, que colocam o país em terceiro lugar a nível mundial, noticiou a Aljazeera. O número de mortes em 24 horas também foi o mais alto de 2021: 275, num total de 160.441.