O conselheiro de Estado António Lobo Xavier vincou esta quinta-feira que não retira “nada ao que disse” sobre a existência de uma rede maçónica de extorsão e que não pode “ir mais longe nos detalhes” porque há processos “sob investigação”.

As pessoas, em geral, imaginam que eu tenho conhecimento de indícios de crime e que não vou participar [ao Ministério Público]? Obviamente, essa referência geral aos casos da minha experiência, é uma referência a casos que estão sob inquérito e sob investigação e, por isso, é que não posso ir mais longe nos detalhes. Estou proibido de o fazer, mas esses casos estão todos em investigação”, referiu Lobo Xavier, no início do programa Circulatura do Quadrado, na rádio TSF.

“Não retiro nada ao que disse”, sublinhou o conselheiro de Estado e advogado no início e no final do esclarecimento que pediu para fazer no arranque deste programa de debate.

O também antigo presidente do grupo parlamentar do CDS-PP considerou também que “não houve difamação” e que não fez “juízos sobre pessoas concretas, nem disse sequer que a maçonaria em geral, ou todos os membros da maçonaria tinham comportamentos duvidosos ou ilegais”. António Lobo Xavier acrescentou que as declarações que fez há uma semana são resultado da experiência pessoal.

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Em 18 de março, durante o programa Circulatura do Quadrado, Lobo Xavier disse que tem “clientes que dizem que são vítimas de extorsão por ser ameaçados, se não entregarem dinheiro ou assumirem determinados comportamentos, [que] são perseguidos por uma rede maçónica que vai da política às magistraturas”.

“Não sei se é verdade. Tenho desconfianças, conheço a história da maçonaria, mas não sei quem eles são porque não se assumem”, acrescentou na altura o democrata-cristão.

Lobo Xavier disse ainda que Rui Rio, presidente do PSD, está, com a lei sobre as os grupos “discretos”, a ter “comportamentos persecutórios associados a mitos”, e a querer atingir o PS e os seus “opositores internos no PSD que são, supostamente, segundo se diz, ligados à maçonaria”.

Em comunicado enviado à agência Lusa no mesmo dia, O Grão-Mestre da Maçonaria Regular Portuguesa, Armindo Azevedo, defendeu que a organização “age constantemente no estrito cumprimento e respeito da Lei”.

“Os princípios da Maçonaria são a liberdade dos indivíduos (instituições, raças, nações), a igualdade de direitos e obrigações dos Homens, a fraternidade entre todos os Homens e entre todas as nações. A Maçonaria respeita as opiniões políticas e crenças religiosas de todos, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente respeitáveis. É, pois, natural a nossa vontade de que respeitem igualmente as nossas opções”, adianta Armindo Azevedo.