Este pode muito bem ser o ponto final numa batalha judicial que se arrasta desde 2018, na sequência de um artigo publicado pelo The Sun, no qual Depp era descrito como um “espancador de mulheres”. O tribunal emitiu em novembro do ano passado uma sentença desfavorável ao ator de 57 anos, que havia processado a News Group Newspapers, empresa detentora do título, por difamação.
Contudo, a equipa jurídica de Depp trouxe novos dados a tribunal na semana passada, na tentativa de que o Tribunal de Recurso, em Londres, reabrisse o caso, de forma a rever a sentença. Em causa estava a alegada mentira de Amber Heard, ex-mulher do ator e testemunha fulcral no caso de difamação, quando afirmou que doaria os sete milhões do acordo de divórcio (2016) a duas instituições de caridade.
De bad boy de Hollywood ao rasto de violência. O que será de Johnny Depp?
Segundo o advogado de Depp, que afirmou ter evidências de que as doações nunca tinham sido feitas (ou, pelo menos, não dos valores prometidos), os novos dados eram suficientes para comprometer a credibilidade da testemunha, que se acredita ter sido um dos motivos pelos quais o ator perdeu o caso contra o The Sun.
Sabe-se agora que a manobra não sortiu efeito. Os juízes rejeitaram, esta quinta-feira, o pedido de recurso de Johnny Depp, reafirmando que o julgamento foi “pleno e justo” e dizendo ser improvável que o juiz da primeira instância desse importância às novas considerações da acusação sobre o carácter da atriz. Já o The Sun promunciou-se sobre mais um desfecho do caso, reafirmando plena confiança de que o pedido de recurso seria negado pelo tribunal e mostrando-se satisfeito com a decisão.
Embora nunca tenha enfrentado nenhuma acusação formal pelo crime de violência doméstica, no caso contra o The Sun, o juiz acabou por concluir que 12 dos 14 alegados incidentes invocados pela News Group Newspapers ocorreram de facto. A sentença, lida em novembro do ano passado, teve efeitos imediatos na carreira do ator, que foi afastado do elenco de “Monstros Fantásticos 3” e da saga “Piratas das Caraíbas”.
Também nos Estados Unidos, Johnny Depp está envolvido num processo judicial por difamação. O ator processou a própria ex-mulher, Amber Heard, por um artigo de opinião publicado em 2018 no The Washington Post. No texto, a atriz, atualmente com 34 anos, falou sobre violência doméstica, embora não tenha apontado o nome do ex-marido uma única vez. Segundo a Sky News, o julgamento estava previsto para arrancar em maio, mas foi adiado para abril de 2022.