Aos 57 anos, a turbulenta vida amorosa de Johnny Depp culmina na barra do tribunal, perante um novelo de acusações difícil de desenrolar. A violência — física e emocional — e a suspeita que paira no ar e sobre as cabeças de ambas as partes. De um lado o ator, sumido do grande ecrã e ainda assombrado pelos vícios de uma vida. Do outro Amber Heard, a sua ex-mulher, que passou os últimos anos a pedir justiça pelos alegados maus tratos dos quais, segundo o próprio, foi ela a grande perpetradora. O processo, protagonizado ainda pelo britânico The Sun, teve, esta semana, as suas alegações finais. A sentença deverá ser conhecida dentro de algumas semanas.

Londres tem sido palco de um dos julgamentos do ano ou, pelo menos, de um dos mais mediáticos. Na origem da celeuma está um artigo publicado por aquele diário, em abril de 2018, onde Johnny Depp é apelidado de “espancador de mulheres”, uma referência à alegada conduta violenta no casamento com Amber Heard. A opção editorial não caiu bem ao ator, que processou a News Group Newspapers, empresa detentora da publicação, bem como Daniel Wootton, editor executivo do tabloide, por difamação.

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Entre flores e objetivas, foi assim que Johnny Depp chegou ao tribunal esta semana © WIktor Szymanowicz/NurPhoto via Getty Images

Se em parte as alegações feitas perante a justiça britânica reavivaram várias polémicas do ex-casal — Heard foi envolvida no caso enquanto testemunha da empresa processada –, também é verdade que o julgamento das últimas semanas, focado essencialmente em culpar ou inocentar Depp do crime de violência doméstica, criou em torno do ator um aparato que o divórcio, por muito grande que tenha sido o litígio, não desencadeou.

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Desde o início da semana, quando começaram as alegações finais, que fãs de Johnny Depp têm montado guarda à porta do tribunal. O apoio demonstrado, com cartazes, ramos de flores e uma boa dose de histeria, é inversamente proporcional aos apupos que se ouvem à passagem da ex-mulher do ator. Com “fé depositada na justiça”, Heard, de 34 anos, voltou a trazer a tribunal as provas que já havia apresentado antes no decorrer do processo desencadeado pelo ex-marido nos Estados Unidos, nomeadamente imagens de nódoas negras.

Por sua vez, Depp recuperou o áudio que alegadamente prova que sofreu agressões físicas por parte da mulher, além de continuar a negar as acusações de violência física feitas pela ex-mulher. “Dos pontos mais cruciais aos pequenos detalhes, a Sra Heard já provou ser uma testemunha nada fiável e, sinceramente, uma mentirosa compulsiva”, declarou esta semana o advogado do ator, David Sherbone. O ator nega determinantemente as suspeitas de agressor e, segundo o mesmo representante, tem como prioridade limpar o seu nome das acusações feitas pelo tabloide e pela própria ex-mulher.

Amber Heard, o tabloide britânico e um caso de violência

A troca de acusações trouxe muitas e polémicas revelações sobre Amber Heard e Johnny Depp, a começar pela relação do ator com as drogas, tema que veio a lume logo durante as audiências preliminares, ainda em março. Em causa estão mensagens trocadas entre Depp e o seu assistente Nathan Holmes, inicialmente mantidas em segredo pelo ator. O juiz ordenou que esse conteúdo fosse incluído no processo, tudo porque dizia respeito a uma viagem do casal à Austrália, durante a qual Heard alega ter sido mantida refém durante três dias pelo então marido. Nas referidas mensagens, o ator demonstrava intenção de adquirir drogas.

Já em julho (o julgamento arrancou no dia 7), o ator acabou por admitir que começou a consumir drogas aos 11 anos. Quanto às mensagens trocadas com um amigo, o ator Paul Bettany, segundo os advogados da News Group Newspapers, algumas fazem referência a Amber — “Vamos afogá-la primeiro e depois queimá-la. Queimamos o corpo mal tenhamos a certeza de que está morta”, lê-se numa das mensagens enviadas por Depp, que ainda disse em tribunal que a ex-mulher defecava na cama.

Final Day Of Johnny Depp Libel Trial

Amber Heard à saída do tribunal na última terça-feira © Samir Hussein/WireImage

Uma das acusações feitas por Amber diz respeito a um episódio de violência em maio de 2016. Depp ter-lhe-á atirado o telemóvel à cara, contudo Melizza Saenz, especialista da polícia de Los Angeles em violência doméstica e agente na altura, afirmou em depoimento não ter visto qualquer marca da agressão nem vestígios do episódio na casa do casal.

Do lado do ator, não tardaram a chegar novas acusações, segundo as quais Amber Heard tê-lo-ia traído com Elon Musk (com quem veio a namorar depois do divórcio) e com o ator James Franco. Ela, por sua vez, negou, remetendo as suspeitas para o comportamento paranoico do então marido. Dias depois, Musk negou publicamente ter estado envolvido com a atriz no período em questão.

As vozes em defesa do ator não tardaram em surgir, com Winona Ryder e Vanessa Paradis a sentarem-se no lugar de testemunhas no dia 16 de julho. Nenhuma das duas reconheceu em Depp comportamentos violentos ou abusivos. Sean Bett, guarda-costas do ator, reiterou nunca ter presenciado qualquer ato dessa índole por parte de Johnny Depp, mas afirmou em tribunal ter presenciado Heard a ser “física e verbalmente abusiva” para o ex-marido. “Uma situação era muito comum: eu e outros membros da segurança tínhamos de afastar o Sr Depp da Sra Heard, devido ao comportamento dela”, referiu Bett no depoimento, que acrescentou tê-la visto atirar “garrafas, copos e outros objetos” ao então marido.

Um dos momentos relatados pela atriz em tribunal foi precisamente a referida viagem à Austrália. Além de ter sido mantida refém pelo próprio marido, Heard afirmou ter sido vítima de violência psicológica e física, na forma de “socos, estalos, pontapés, cabeçadas, apertos no pescoço”. Disse ainda ter sido “empurrada contra coisas”, “puxada pelos cabelos” e “empurrada para o chão”. Depp ter-lhe-á ainda atirado objetos, “especialmente garrafas de vidro”.

Chamada a depor, Melanie Inglessis, antiga maquilhadora da atriz, afirmou em tribunal ter ajudado a cobrir nódoas negras no rosto da atriz, aquando a sua aparição num programa de James Cordon, em 2015. O depoimento foi feito poucos dias depois de Amber ter relatado em tribunal uma agressão que lhe deixou marcas na cara e na cabeça, na véspera da sua ida ao programa. “Quando olhei para a Amber, notei imediatamente que tinha o lábio cortado e uma nódoa negra ao pé do olho. Percebi também que tinha uma pelada na cabeça. Ela disse-me que o Johnny tinha tentado estrangulá-la”, referiu Inglessis.

Premiere Of Relativity Media's "3 Days To Kill" - Red Carpet

Johnny Depp e Amber Heard em janeiro de 2014 © Kevin Winter/Getty Images

Também em tribunal, Whitney Henriquez, irmã de Amber Heard, afirmou ter visto Depp a bater na atriz, tendo mesmo impedido o cunhado de a empurrar pelas escadas da penthouse onde viviam, em Los Angeles. Um dia depois, os advogados de Depp apresentaram um vídeo no tribunal onde Whitney exibe, alegadamente, marcas de agressão física causadas pela irmã.

Nos últimos dias, tiveram lugar as alegações finais dos envolvidos no processo. Da parte da News Group Newspapers, os advogados mostraram-se confiantes na “riqueza das provas” que sustentam a acusação violência doméstica de Amber Heard e na fraca memória do ator, “tão gravemente prejudicada pelo uso de drogas”. Aguarda-se agora o desfecho. A sentença deverá ser proferida dentro de algumas semanas.

Os amores e os horrores de Johnny Depp

A cronologia é extensa. Inclui momentos que se mantêm bem frescos na memória coletiva, mas também períodos envoltos na neblina do esquecimento. A começar por Lori Anne Allison, a primeira mulher do ator. Quando rodou “Pesadelo em Elm Street”, o seu primeiro filme, Johnny Depp já era um homem casado. Seis anos mais velha, Lori era irmã de um dos companheiros de banda da futura estrela.

Os dois deram o nó em 1983, quando Depp tinha apenas 20 anos. Segundo recordou recentemente o britânico Metro, a realidade do casal estava distante do desafogo financeiro — ela era maquilhadora profissional, ele chegou a trabalhar como operador de telemarketing, mais precisamente para uma empresa de canetas que também prometia prémios aos seus clientes, entre eles relógios de pêndulo e viagens a destinos tropicais.

"Edward Scissorhands" Premiere

Winona Ryder e Johnny Depp na antestreia de “Eduardo Mãos de Tesoura”, em 1990 © Barry King/WireImage

Na verdade, devido à profissão era Lori quem já tinha um pé em Hollywood e, justiça seja feita, será a ela que Depp deve o arranque da sua carreira enquanto ator, apresentando-o a Nicolas Cage, que acabava de ganhar visibilidade ao entrar no seu primeiro filme: “Viver Depressa”, em 1982. Ser ator nunca foi um objetivo para Johnny Depp. Anos depois disse ter sido “sorte, um acidente”. “Fi-lo simplesmente para pagar a renda. Estava literalmente a responder a todos os anúncios de emprego naquela altura, qualquer tipo de emprego”, recordou numa entrevista à revista Playboy.

A carreira no cinema foi surpreendentemente promissora, mas o casamento não foi longe e o divórcio chegou em 1985. Mas o sucesso também não passou ao lado de Lori Anne Allison, que chegou a lançar uma linha de glosses para lábios e trabalha até hoje como maquilhadora.

Após a separação, Depp não só não perdeu tempo como embarcou numa montanha russa de relacionamentos dentro de Hollywood. Durante três anos, namorou com Sherilyn Fenn, estrela da série de televisão “Twin Peaks”, de quem terá estado noivo. Em 1989, chegou a envolver-se com Jennifer Grey, protagonista de um dos filmes sensação da segunda metade da década, “Dirty Dancing”.

Mas no verão desse mesmo ano, Johnny Depp conhece a jovem Winona Ryder, na altura com 17 anos. Os dois terão começado a sair, meses antes de a atriz atingir a maioridade. O noivado chegou em 1990, ano em que ambos protagonizaram “Eduardo Mãos de Tesoura”, mas não chegou a desembocar em matrimónio. A separação chegou três anos depois deixando marcas indeléveis para ambas as partes — Winona recebera um assédio mediático inédito na sua ainda curtíssima carreira, Depp ficou com um “Winona Forever” tatuado num dos braços. Anos depois, a inscrição foi alterada para “Wino Forever”.

Johnny Depp File Photos

Anos depois, o ator namorou com a modelo Kate Moss © Barry King/WireImage

Chamada a testemunhar no atual processo, Ryder alegou que Depp nunca foi “violento” ou “abusivo” durante os quatro anos que permaneceram juntos e que sempre foi um “rapaz extremamente cuidadoso”. “Obviamente não estive lá enquanto foi casado com a Amber, mas pela minha experiência, que foi totalmente diferente, fico absolutamente chocada, confusa e chateada quando ouço as acusações contra ele. A ideia de que é uma pessoa violenta é a mais distante do Johnny que conheci e amei. Não consigo entender estas acusações… Sempre me senti tão, mas tão segura com ele”, afirmou a atriz em comunicado, há cerca de duas semanas.

Entre 1994 e 1998, Depp namorou com Kate Moss, formando aquilo a que normalmente chamamos de power couple. O power foi tanto que, logo no início da relação, o ator chegou a ser detido pelas autoridades depois do estrago causado no quarto de hotel onde o casal estava hospedado, em Nova Iorque. A polícia foi chamada ao local após várias queixas de barulho — vidros a partir, madeira a estalar e uma discussão acesa –, por volta das cinco da manhã. O ator foi interrogado e acabou por cobrir os estragos causados. Terá pagado quase 10 mil dólares.

Mas a relação com a modelo britânica seria apenas a primeira parte de uma espécie de tour pela Europa. Em 1998, Portugal inaugurava a grande exposição internacional, mas Johnny Depp atingia um feito muito maior: uma relação duradoura. Sem papel passado, o ator e a cantora, manequim e atriz francesa Vanessa Paradis permaneceram juntos durante 14 anos, tempo suficiente para terem dois filhos (os únicos do ator) — Lily-Rose Depp e John Christopher Depp, que perpetua aquele que é o nome completo do pai e que também já era o do avô.

À semelhança de Winona, também Vanessa veio recentemente demonstrar publicamente o seu apoio ao ex-companheiro. “Conheço o Johnny há mais de 25 anos. Estivemos juntos durante 14 e criámos os nossos dois filhos juntos. Ao longo do tempo, conheci um Johnny gentil, atento, generoso e não violento, como pessoa e como pai”, declarou a estrela francesa.

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Lily-Rose Depp (à esquerda) e a mãe, Vanessa Paradis © Bertrand Rindoff Petroff/Getty Images

Três anos depois, o ator trocava os votos no seu segundo casamento, desta vez com a atriz norte-americana Amber Heard, 23 anos mais nova. Os dois conheceram-se durante a rodagem de “O Diário a Rum”, filme de 2011 que mudaria para sempre o trajeto pessoal de ambos. À semelhança do primeiro matrimónio (que curiosamente chegou ao fim antes de Amber sequer nascer), a união não durou. Pouco mais de um ano depois, saiu o divórcio, devidamente acompanhado de uma ordem de restrição requerida pela atriz, sob o pretexto de o marido se ter revelado “verbal e fisicamente abusivo” ao longo da relação.

As acusações de Amber vieram a público, mas o casal chegou a um acordo em agosto desse mesmo ano. “A nossa relação era intensamente apaixonada e, por vezes, instável, mas sempre pautada pelo amor. Nenhuma das partes fez falsas acusações para ter ganhos financeiros. Nunca houve qualquer intenção de ferir física ou emocionalmente”, leu-se no comunicado conjunto emitido na altura. Quanto ao acordo financeiro, o acerto ficou na casa dos sete milhões de dólares, valor pago por Depp à ex-mulher e que esta doou a instituições de caridade.

O escândalo mediático teve o seu desfecho, mas não por muito tempo. No início de 2019, o ator processou a ex-mulher. Em causa estava uma crónica assinada por Heard no The Washington Post que, embora sem referências diretas a Johnny Depp, “partia da premissa” de que a atriz era vítima de violência doméstica durante o casamento. Um ano depois, a polémica reacendeu-se — depois de ter sido Amber a fornecer evidências das alegadas agressões, Depp revelou gravações de áudio que alegadamente provam que foi agredido fisicamente pela ex-mulher.

A estrela de Tim Burton

Estreou-se na sétima arte com um filme de terror, em 1984, depois de ter tentado um futuro na música como integrante de uma banda chamada The Kids. Mas Depp teve de esperar ainda alguns anos até assumir um maior destaque no grande ecrã. Em 1990, protagoniza o clássico de Tim Burton “Eduardo Mãos de Tesoura”.

Depp no filme “Pesadelo em Elm Street” © Zade Rosenthal

Esse seria, na verdade, o mais duradouro casamento de Johnny Depp. O miúdo do Kentucky — filho de um engenheiro civil e de uma empregada de mesa — alcançava o estatuto de ator principal. Ao longo dos anos, o realizador norte-americano proporcionou-lhe muitos outros êxitos: “Ed Wood” em 1994 (que lhe valeu uma nomeação para o Globo de Ouro de Melhor Ator), “A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça” em 1999, “Charlie e a Fábrica de Chocolate” em 2005 (e mais uma nomeação para o mesmo prémio). “Sweeney Todd” chega dois anos depois e, à terceira nomeação, Depp levou para casa o primeiro e até agora único Globo de Ouro da sua carreira.

Quanto a Óscares, o ator soma até hoje três nomeações ao galardão de Melhor Ator, entre 2004 e 2008, mas nunca chegou a ganhar. Em 2010, Tim Burton faz a sua primeira adaptação de “Alice no País das Maravilhas”, a segunda chega seis anos depois. Em 2012, mais um capítulo desta parceria — “Sombras da Escuridão” completou o elenco com Helena Bonham Carter, Michelle Pfeiffer e Eva Green. A dupla, até então inseparável, não voltou a juntar-se. Burton e Depp nunca estiveram tanto tempo sem fazerem um filme juntos.

Contudo, o realizador não é o único a preencher o currículo de Johnny Depp. Entre 2003 e 2017, protagonizou os cinco filmes da saga “Piratas das Caraíbas”. Jack Sparrow já ficou para a história, tal como as bilheteiras — as produções da Walt Disney totalizaram mais de 4.500 milhões de dólares.

Álcool e drogas. Os excessos do ator

As suspeitas de consumo de álcool e drogas sempre pairaram sobre Johnny Depp. O mesmo já admitiu ter começado a fumar aos 12 anos e que as restantes adições vieram pouco tempo depois. Segundo o ator, a rodagem de “Gilbert Grape”, filme de 1993, ficou marcada pelo consumo abusivo de álcool, à semelhança da tumultuosa relação com a manequim Kate Moss, pautada por excessos e incidentes, como o que, em 1994, culminou na detenção do ator em Nova Iorque.

Anos depois, em 2008, confessou ter-se “envenenado” a si próprio “durante anos”. O álcool, a substância em questão, era uma espécie de refúgio perante a dificuldade crónica em lidar com o mediatismo. Ao mesmo tempo, o ator refutou as suspeitas de consumo de cocaína. “Sempre desprezei essa droga. Achava-a inútil, uma perda de tempo. Mas abusei do álcool e mediquei-me muito. Estava a tentar não sentir coisas, o que é ridículo”, desabafou numa outra entrevista, desta vez à revista Playboy.

Hollywood Vampires live in Copenhagen, Denmark.

Durante um concerto da sua banda, os Hollywood Vampires, em 2018 © Gonzales Photo/Thomas Rasmussen/PYMCA/Avalon/Universal Images Group via Getty Images

Em 2013, ainda na ressaca do término da relação com Vanessa Paradis, o ator revelou ter deixado de beber. “No que toca à separação, decididamente não ia usar a bebida para atenuar a situação, até que podia ser fatal. Senti que era meu dever manter-me sóbrio durante esse processo”, esclareceu ainda.

Três anos depois, enquanto corria o processo de divórcio, Amber Heard reacendeu as suspeitas ao afirmar que o consumo de álcool e drogas havia mergulhado o então marido numa espiral de violência e paranoia. Mais recentemente, em 2018, foi Stephen Rodrick, jornalista da Rolling Stone, a sentar-se à conversa com o ator. Depp fumou haxixe, desabafou sobre a suas angústias, recentes e de longa data, e ainda repôs a verdade sobre o boato de que gastaria 30 mil dólares por mês em vinho. “É ofensivo”, exclamou o ator. “É muito mais do que isso”.