O estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre as origens do novo coronavírus concluiu ser “extremamente improvável” que o vírus tenha sido transmitido a partir de um laboratório em Wuhan, avança esta segunda-feira a Associated Press (AP).

A agência de notícias teve acesso a um rascunho quase definitivo do relatório preparado pela OMS em conjunto com as autoridades chinesas com base nas conclusões da equipa de especialistas enviada pela agência das Nações Unidas a Wuhan em janeiro e fevereiro deste ano. O documento foi facultado por um diplomata em Genebra, que preferiu manter o anonimato por não estar autorizado a fazer a divulgação.

De acordo com a AP, este estudo refere que o cenário mais provável é o da transmissão de morcegos para humanos através de um outro animal. Vírus semelhantes foram já detetados em pagolins, mas outros animais, como os visons e os gatos, são também suscetíveis à Covid-19, o que sugere que podem funcionar como portadores do vírus e transmiti-los a humanos.

Os investigadores analisaram também a hipótese de uma transmissão direta a partir de produtos alimentares, mas esta foi classificada como pouco provável, tal como a origem laboratorial, muitas vezes apontada.

As conclusões divulgadas pela AP esta segunda-feira coincidem com o que tinha sido já adiantado pela equipa de especialistas da ONU. No início de fevereiro, estes consideraram numa conferência de imprensa ser “extremamente improvável” que a disseminação do coronavírus se devesse a “um acidente de laboratório”, defendendo na altura que o cenário mais provável era o de transmissão a partir de um animal, ainda não identificado.

A divulgação do relatório da OMS tem sido consecutivamente adiada, o que tem levado a suspeitas de pressões exercidas pelo governo chinês. Segundo a fonte diplomática ouvida pela AP, esta deverá acontecer “nos próximos dias”. Não ficou claro se o rascunho a que a agência de notícias teve acesso irá sofrer ainda alterações.

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