Quase dois meses após a estreia do documentário “Framing Britney Spears”, produzido pelo The New York Times, a cantora quebrou o silêncio e referiu-se pela primeira vez ao filme que retrata o polémico caso da tutela dos seus bens por parte do pai. Spears afirma, no entanto, não ter visto o documentário e parece não ter gostado do destaque dado ao tema.

Na noite desta terça-feira, usou o Instagram para partilhar um vídeo seu a dançar o tema “Crazy” dos Aerosmith. Na legenda, escreveu uma mensagem sobre o seu estado de espírito nos últimos tempos. “Sempre houve muita especulação em torno da minha vida […] e julgamento”, lê-se logo nas primeiras linhas.

“Toda a minha vida estive exposta ao apresentar-me diante de toda a gente. É preciso ter muita força para confiar no universo com toda esta vulnerabilidade, pois sempre fui muito julgada, insultada e envergonhada pela imprensa e continuo a sê-lo hoje”, continuou a cantora de 39, na mesma partilha de Instagram.

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“Não assisti ao documentário mas do que tive oportunidade de ver, sinto-me envergonhada pelo foco que colocaram sobre mim… Chorei durante duas semanas e, bem… continuo a chorar às vezes. Faço o que posso ao nível da minha espiritualidade para manter a alegria, o amor e a felicidade. Dançar todos os dias traz-me alegria. Não estou aqui para ser perfeita… ser perfeito é aborrecido… Estou aqui para transmitir bondade”, rematou.

A fortuna, a saúde mental e as injustiças do passado. Poderá um novo documentário libertar Britney Spears?

Com uma tutela que se arrasta desde 2008, na sequência do esgotamento que a cantora havia sofrido um ano antes, o tema tem sido reacendido na opinião pública, primeiro com o surgimento do movimento #freeBritney, que angariou apoiantes tão proeminentes como Miley Cyrus e Sarah Jessica Parker, e em fevereiro deste ano com a estreia do documentário do The New York Times.

Poucos dias depois, a cantora já tinha usado as redes sociais para partilhar o que muitos entenderam como uma mensagem subtil: “Aquilo que pensamos saber sobre uma pessoa não é o que realmente se passa atrás das câmaras”. Ainda na sequência do documentário, Justin Timberlake veio desculpar-se publicamente, pela postura assumida perante a imprensa aquando da separação de Spears, no início dos anos 2000.

Coincidência ou não, no mesmo dia, surgiria a notícia de que o juiz do tribunal de Los Angeles retirara a Jamie Spears, o pai da cantora, o controlo total dos bens da filha, decretando que a responsabilidade passaria a ser dividida com uma empresa chamada Bessemer Trust. Através do seu advogado, Britney já tinha demonstrado vontade de ver o pai afastado da tutela dos seus bens, chegando mesmo a impor a destituição como condição para voltar a atuar em público.