“A 18 de setembro [de 2020], o Ministério Público acusou 17 pessoas pela prática de corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, abuso de funções, falsificação de documentos, fraude fiscal e branqueamento de capitais. Entre os acusados estão Rui Rangel, antigo juiz do Tribunal da Relação de Lisboa; Luís Vaz das Neves, antigo presidente do Tribunal da Relação de Lisboa; e Luís Filipe Vieira, presidente do clube de futebol Benfica. O caso, intitulado Operação Lex, tem estado sob investigação há quatro anos”.
Rui Rangel e Luís Filipe Vieira acusados do crime de recebimento de indevido de vantagem
A secção 4 do “Relatório sobre Direitos Humanos em Portugal”, feito e dado a conhecer publicamente esta quarta-feira pelo Departamento de Estado dos EUA, faz alusão a casos sobre “Corrupção e Falta de Transparência na governação” mas faz referência logo no primeiro, no início da nona de 19 páginas do documento, à Operação Lex, destacando o presidente do Benfica como um dos principais acusados no processo em causa.
De recordar que Luís Filipe Vieira vai ter responder judicialmente pela alegada prática de um crime de recebimento indevido de vantagem por ter alegadamente prometido a Rui Rangel um cargo no clube da Luz, além de lhe oferecido viagens para acompanhar jogos internacionais do Benfica. Tudo a troco de uma alegada influência do então juiz desembargador numa ação pendente num tribunal administrativo e fiscal.
“A lei [portuguesa] prevê penalizações criminais para a corrupção de funcionários e, em geral, o governo implementou a lei de maneira eficaz. Houve relatos de corrupção nos ramos executivo e legislativo do governo central durante o ano. Corrupção: os media relataram corrupção envolvendo funcionários do governo central e local”, acrescenta a secção 4 – que faz também referência à Operação Zeus – do documento como introdução.
Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FC Porto, comentou a referência através da sua conta oficial do Twitter, com imagens do documento e da citação: “Foi esta manhã publicado o relatório sobre práticas de direitos humanos relativo a Portugal do Departamento de Estado dos EUA. Só para o caso de escapar aos media e sem a certeza se isto pode ser considerado parte da internacionalização da marca, cá fica uma pequena truncagem”.
Foi esta manhã publicado o relatório sobre práticas de direitos humanos relativo a Portugal do Departamento de Estado dos EUA. Só para o caso de escapar aos media e sem a certeza se isto pode ser considerado parte da internacionalização da marca, cá fica uma pequena truncagem pic.twitter.com/JFDVFPkZjS
— Francisco J. Marques (@FranciscoMarkes) March 31, 2021