Luís Filipe Vieira não deixará de ser presidente do Benfica por ter sido acusado no âmbito da Operação Lex. A garantia foi dada pelo seu porta-voz, António Cunha Vaz, numa conferência de imprensa realizada na tarde desta sexta-feira no Hotel Marriott, em Lisboa. Defendendo que esta acusação “não é nada”, o responsável garantiu que Vieira só deixará a presidência do Benfica se for condenado neste ou em qualquer outro processo.

“Se é verdade que houve um juiz que recebeu dinheiro, recebeu de uma pessoa que desapareceu do processo”, disse ainda, adiantando: “Esta forma de acusar é vergonhosa, parece que é feita de propósito para falhar”.

Na conferência de imprensa, a mesma fonte começou por dizer que a acusação já decidiu o culpado. E deixou a garantia de que não houve pagamentos de Luís Filipe Vieira ao desembargador Rui Rangel, como defende a acusação.

Cunha Vaz disse ainda aos jornalistas presentes que Vieira está de “consciência tranquila”, esperando que “a família benfiquista não se aproveite de um infortúnio destes para fazer uma campanha mais agressiva”. Deixou ainda a garantia de que, após uma análise pormenorizada da acusação, será emitido um comunicado no início da próxima semana.

O presidente dos encarnados é um dos acusados no âmbito do caso Lex. O MP acredita que praticou um crime de recebimento indevido de vantagem. Em causa estão contrapartidas alegadamente dadas ao juiz desembargador Rui Rangel a troco de um favor. Os investigadores defendem que Vieira ofereceu um cargo no Benfica, bilhetes e viagens para o estrangeiro para acompanhar jogos dos encarnados. Por outro lado, a Rangel, defende o MP, foi pedida uma intervenção numa ação que corria num tribunal administrativo e fiscal.

Tal como anunciou esta sexta-feira a Procuradoria-Geral da República, a acusação foi deduzida contra 17 arguidos e em causa estão os crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, usurpação de funções, falsificação de documento, fraude fiscal e branqueamento. Além de Rui Rangel, outros dois arguidos eram, à data da prática dos factos, juízes do Tribunal da Relação de Lisboa.

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