O presidente do Núcleo/Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), Vítor Veloso, afirmou esta quinta-feira que, apesar dos atrasos devidos à pandemia e a problemas administrativos, o rastreio do cancro da mama está atualmente com uma adesão de 70%.
Apesar do interregno de sete meses que tivemos devido também a problemas burocráticos e administrativos que não nos permitiu continuar com o protocolo com a Administração Regional de Saúde (ARS), neste momento já conseguimos novamente chamar a nossa população para estes rastreios”, afirmou.
Contudo, Vítor Veloso, que falava a propósito dos 80 anos da LPCC e 57 do Núcleo/Norte, estima que, neste período de tempo, “cerca de 800 cancros de mama, não tenham sido diagnosticados na sua fase inicial” a nível nacional. “No Norte, tínhamos diminuído em 25% a mortalidade de cancro da mama, são grandes ganhos que temos de reconquistar”, sublinhou.
A propósito da verba recentemente anunciada pela Comissão Europeia para criar um novo plano de saúde para a Europa, o presidente da LPCC/Norte apelou às autoridades políticas e de saúde para que criem uma estrutura para avançar com o “relançamento e reestruturação” do Plano Oncológico Nacional.
Apelamos a quem manda, a quem decide, que aproveite esta fase de acalmia e crie estruturas, não teórico-burocráticas, mas com pessoas que efetivamente estão no campo de batalha, que são quem pode ajudar os burocratas que estão nas secretárias a fazer um Plano Oncológico Nacional”, disse Vítor Veloso.
O responsável considerou que a verba anunciada para a área da saúde na Europa é “uma boa notícia” no que se refere, por exemplo, a proporcionar uma maior igualdade na acessibilidade, no diagnóstico e tratamento atempado e adequado a cada uma das patologias. “Espero que Portugal não perca verbas que seriam fundamentais para o relançamento e reestruturação do Plano Oncológico Nacional, que é fundamental”, frisou.
O aniversário da LPCC assinala-se no domingo, mas por ser dia de Páscoa e devido ao confinamento determinado pela pandemia de Covid-19, optou-se pela realização de iniciativas distribuídas pela semana anterior e posterior.
Conferências, artigos científicos, aulas de ginástica e a participação de conhecidos chefs de cozinha na elaboração de refeições saudáveis, fazem parte do programa comemorativos dos 80 anos da LPCC.
Os pedidos de ajuda à Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) para compra de medicamentos, alimentação ou pagamentos de serviços aumentaram cerca de 30% com a pandemia, avançou recentemente à Lusa o presidente da instituição.
Em 2019, a LPCC disponibilizou cerca 1,3 milhões de euros para apoiar doentes e as suas famílias, “o que em situações normais já era aflitivo, neste momento numa percentagem muito grosseira, temos aumentos de 30% a nível nacional, em média, de pedidos de ajuda”, adiantou Vítor Rodrigues.
“Tem sido um aumento substancial, sejam naquilo que nós chamamos de ajuda de primeira linha, isto é, casos sociais detetados nos hospitais, nomeadamente nos IPO, e numa ajuda de segunda linha que são casos detetados na comunidade“, explicou o médico.