O candidato à liderança regional e atual secretário-geral do Chega/Açores, José Pacheco, disse este sábado desconhecer a data avançada por parte do presidente cessante e também candidato Carlos Furtado, para as eleições internas na estrutura regional.
“As datas avançadas para as eleições no Chega/Açores são do total desconhecimento dos militantes e de mim próprio”, afirmou José Pacheco à agência Lusa.
Na sexta-feira, foi anunciado que as eleições internas do Chega/Açores iriam decorrer a 1 de maio, data confirmada à Lusa pelo líder demissionário da estrutura regional, Carlos Furtado.
“Acho tudo muito estranho e muito contraditório com os princípios de transparência e de comunicação que um partido deve ter”, assinalou José Pacheco.
E acrescentou: “Não acredito que este tipo de comunicação através dos media seja do agrado e conhecimento do doutor André Ventura [líder nacional do partido]”.
José Pacheco disse ainda não querer ser “cúmplice desse tipo de atitude” que “não defende” o Chega/Açores e os seus militantes.
Carlos Furtado apresentou, na sexta-feira, a formalização da sua demissão e esclareceu que se trata “de um procedimento normal” para se poder “fazer a marcação das eleições”.
Assim, os militantes do partido decidem dentro de um mês se Carlos Furtado se mantém na liderança, ou se a estrutura regional passará a ser dirigida pelo outro deputado regional e atual secretário-geral, José Pacheco.
Estas eleições surgem depois de, a 14 de março, ter sido tornado público que Furtado apresentara a sua demissão por causa de divergências entre os dois deputados regionais.
A crise regional no partido ficou visível com uma mensagem publicada numa página de uma rede social oficial por parte de José Pacheco contra o aumento de beneficiários de RSI verificado naquelas ilhas.
A publicação foi depois apagada pelo líder regional, Carlos Furtado, que escreveu que a direção regional do Chega e o próprio têm “a melhor atenção” aos problemas de “excesso RSI” e o “objetivo de se arranjar soluções eficazes, sendo que neste momento as responsabilidades”, que lhes “são imputáveis, não permitem a crítica fácil e populista”.
Os dois deputados do Chega, juntamente com o deputado único da Iniciativa Liberal, garantem ao Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM, liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, um apoio de incidência parlamentar que garante a maioria de 29 assentos na Assembleia Legislativa Regional.