A julgar pela sondagem da Aximage para DN/JN/TSF, Rui Rio pode ter motivos de preocupação, a meses das próximas eleições autárquicas. O estudo publicado esta segunda-feira indica que nesta altura o PS continua a ganhar distância face ao PSD, levando já uma vantagem de 16 pontos, o que coloca o partido do Governo a reunir mais intenções de voto do que a direita inteira. E não é que não haja boas notícias à direita, mas estas têm a ver sobretudo com a chamada ‘nova’ direita: neste barómetro, o Chega cresce e fica a apenas uma décima de se tornar a terceira força política.
Para estas contas ainda não entram os efeitos do caso dos apoios sociais, que opuseram António Costa — que enviou estes diplomas para o Tribunal Constitucional — a Marcelo Rebelo de Sousa, que os promulgou, e à oposição, que os aprovou. Ainda assim, e depois de um mês de janeiro com a pandemia no pior pico de sempre e do fim do tempo de confinamento, o PS consegue subir e quase chegar ao seu máximo neste barómetro (está agora com 39,7% das intenções de voto), enquanto Costa atinge um recorde na sua própria popularidade (60% de avaliações positivas).
Quer isto dizer que a esquerda parece poder estar descansada: por um lado, o PS consegue assim, sozinho, mais intenções de voto do que a direita toda junta; por outro, BE e PCP registam ligeiras subidas (8,6% e 6%, respetivamente); e Rui Rio cai dos anteriores 26,5% para 23,6%. Ainda assim, há uma subida digna de registo à direita: o Chega sobe e aproxima-se muito do terceiro lugar, com 8,5% das intenções de voto; somado à Iniciativa Liberal, a ‘nova direita’ consegue assim 13% da preferência dos inquiridos, a julgar por esta sondagem.
Quem continua sem conseguir recuperar é o CDS, que reúne apenas 1,1% das intenções de voto. O trabalho de campo desta sondagem foi feito, segundo a ficha técnica da mesma, entre 24 e 27 de março, recorrendo a 830 entrevistas — significa isto que não foi a tempo de medir a reação à questão dos apoios sociais mas já contou, por exemplo, com o ‘trunfo’ do anúncio de Carlos Moedas, candidato a Lisboa por uma aliança de direita que inclui PSD e CDS. Apesar de o nome conseguido por Rui Rio ter gerado uma série de elogios, neste barómetro isto não se reflete numa soma dos apoios à direita tradicional.