A China e a Rússia estão entre os países por detrás de ataques informáticos feitos em Portugal e a instituições portuguesas, avança o Público esta terça-feira. Alguns desses ataques estão a ser investigados pela Polícia Judiciária.
O Relatório Anual de Segurança Interna divulgado há cerca de uma semana, tal como o Observador noticiou, já dava conta de que em 2020 a ciberespionagem aumentara em Portugal. O documento refere mesmo “ameaças persistentes, tecnologicamente avançadas, de origem estatal”, lê-se.
Apesar de o Governo, o Centro de Nacional de Cirbersegurança e as embaixadas da Rússia e da China não confirmarem nem comentarem esta informação ao Publico, quatro fontes que investigam este tipo de criminalidade confirmaram aquele jornal que por detrás destes ataques estão países como a Rússia e a China. No caso da China, os cibertaques visam sobretudo instituições de saúde, enquanto a Rússia tem preferência por entidades ligada ao Estado.
O relatório dá mesmo a conta de estas operações de ciberespionagem se fazem através de “novos ciberataques contra infra-estruturas críticas nacionais com a finalidade de aceder a informação classificada, com valor político e económico”. Há também ataques “contra entidades de investigação científica, particularmente envolvidas na pesquisa de terapêuticas e de vacinas [contra a Covid-19]”.
No relatório não são identificados autores, mas referem-se “atores estatais” que “continuam a desenvolver campanhas de ciberespionagem para aceder a informações sensíveis, bem como a desencadear ciberoperações para sabotar, desestabilizar e afetar a credibilidade de entidades e indivíduos a nível global, mas particularmente em países do espaço euro-atlântico”.