Várias deputadas federais brasileiras vão apresentar queixa contra o também deputado Eduardo Bolsonaro, filho do Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, depois de este ter chamado “portadoras de vagina” a um conjunto de parlamentares que pertencem à Comissão de Constituição e Justiça do órgão legislativo brasileiro.
O filho de Bolsonaro escreveu o insulto na rede social Twitter ao partilhar um vídeo de uma intervenção do deputado Éder Mauro (do Partido Social Democrático, uma das forças políticas alinhadas com Bolsonaro), que foi alvo de protestos audíveis no parlamento enquanto defendia a atuação do Presidente brasileiro e lançava acusações à esquerda parlamentar.
“Parece, mas não é a gaiola das loucas, são só as pessoas portadoras de vagina na CCJ sendo levadas a loucuras pelas verdades ditas pelo Dep. Éder Mauro”, escreveu Eduardo Bolsonaro no Twitter esta quinta-feira.
Parece, mas não é a gaiola das loucas, são só as pessoas portadoras de vagina na CCJ sendo levadas a loucuras pelas verdades ditas pelo Dep. @EderMauroPA 1.000° ???? pic.twitter.com/sdO75DfsA0
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) April 8, 2021
Na sequência do polémico tweet, a deputada Joice Hasselmann (do PSL, o partido pelo qual Jair Bolsonaro foi eleito Presidente) vai apresentar uma queixa no Conselho de Ética por quebra do decoro parlamentar, diz o jornal Folha de São Paulo. “Ele agrediu todas as parlamentares, inclusive as do partido dele”, disse Hasselmann, assinalando que a participação vai ser subscrita por deputadas de todos os partidos.
Em simultâneo, o grupo de deputadas pretende recorrer à justiça, movendo uma ação na Procuradoria-Geral da República contra Eduardo Bolsonaro. No entender das deputadas, como explica a Folha de São Paulo, o filho do Presidente ultrapassou os limites da imunidade parlamentar — e as suas declarações podem ser consideradas crime.
“Quando eu acho que é impossível se espantar com essa gente, eu me surpreendo. Porque eles são capazes de causar espanto em qualquer criatura que tenha o mínimo de decência”, disse a deputada Joice Hasselmann citada por aquele jornal.