A Rússia proibiu oficialmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo numa emenda constitucional ratificada por Vladimir Putin, Presidente russo, esta segunda-feira. Com uma menção a Deus, o país estipula que o matrimónio deve realizar-se exclusivamente entre um homem e uma mulher.

Pyotr Tolstoy, deputado na Duma e um dos principais opositores ao casamento gay no país, assinala que a Rússia se deve manter como um “bastião do tradicionalismo”, afastando-se dos “erros do Ocidente”, em que “certas pessoas, como a comunidade LGBT ou determinados grupos raciais, recebem direitos especiais adicionais”.

A homossexualidade é legal na Rússia desde 1993, mas com Vladimir Putin o país tem-se aproximado da posição da igreja ortodoxa russa na defesa dos “valores tradicionais”, revela a revista Time. Segundo dados da Organização Rainbow, a Rússia é o quarto país da Europa que menos defende o movimento LGBT. Pior só mesmo a Turquia, a Arménia e o Azerbaijão.

O Presidente russo tem, no entanto, rejeitado as críticas sobre a falta de apoio ao movimento LGBT, argumentando que, contrariamente ao que acontecia na União Soviética, “não existem disposições de direito penal russo segundo as quais as pessoas de orientação sexual não tradicional possam ser perseguidas criminalmente”. “Não temos nada parecido com isso”, remata.

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Esta não foi a única emenda à Constituição ratificada por Putin, estando também incluída aquela que permite ao Presidente russo permanecer no poder até 2036.

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