A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou esta sexta-feira que recebeu dados e está a acompanhar uma nova variante do coronavírus SARS-Cov-2 identificada na Índia no final de 2020.

Esta variante tem duas mutações no seu genoma e foi descoberta no final de 2020 em dois estados indianos e desde então “a proporção de casos aumentou”, disse em conferência de imprensa a epidemiologista e líder técnica da resposta à Covid-19 na OMS, Maria Van Kerkhove.

A Índia registou esta sexta-feira um novo recorde diário de casos confirmados de infeção com SARS-CoV-2, com mais de 217.000, no que constitui a segunda onda da pandemia neste país, o segundo mais afetado no mundo em número de casos (14,3 milhões) e o quarto em mortes (174.308).

A descoberta da nova variante foi o resultado de um trabalho de sequenciamento genético do coronavírus SARS-CoV-2 que está a ser realizado em todo o mundo e que visa detetar, o quanto antes, qualquer modificação do vírus que possa torná-lo mais transmissível, capaz de causar mais sintomas sérios ou tornar os testes, vacinas ou medicamentos ineficazes. “Como sabemos, os vírus mudam, sofrem mutações com o tempo e essa é uma variante de interesse que estamos a acompanhar”, disse a especialista.

Maria Van Kerkhove acrescentou que as mutações detetadas apresentam algumas semelhanças com outras já registadas e que podem causar mais infeções e, em alguns casos, “podem reduzir a neutralização, o que pode ter impacto em medidas como as vacinas”.

A especialista disse que a OMS está a trabalhar com a Índia e outros países para aumentar o sequenciamento genético no mundo e detetar e avaliar as variantes de interesse e as consideradas “preocupantes”. Estas últimas são as variantes identificadas pela primeira vez no Reino Unido, África do Sul e Japão, quase ao mesmo tempo que no Brasil.

“As vacinas continuam a trabalhar contra as variantes preocupantes e, em particular, contra os sintomas graves, e isso é importante dizer”, enfatizou Van Kerkhove.

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