Depois dos híbridos, dos híbridos plug-in e dos eléctricos alimentados por fuel cell a hidrogénio, como o Mirai, a Toyota apresentou finalmente o seu primeiro eléctrico a exclusivamente a bateria. Com uma denominação estranha (bZ4X), o novo modelo assume-se como um SUV da nova submarca criada pela marca nipónica para os seus eléctricos, a bZ, acrónimo de “beyond Zero”. O “4” é referente às dimensões do veículo, para o “X” referir a filosofia SUV.

O novo bZ4X tem um irmão gémeo que vai ser comercializado com emblema Subaru, tendo sido desenvolvidos em conjunto. Concebido sobre a plataforma e-TNGA, o bZ exibe dimensões similares às do RAV4 e marca uma reviravolta na política da Toyota face aos eléctricos a bateria, que agora vão finalmente começar a acelerar, depois de durante anos a Toyota ter acusado esta tecnologia de ser menos eficiente e mais poluente.

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Revelado no salão de Xangai, o primeiro modelo da família bZ será isso mesmo, o primeiro, uma vez que a Toyota espera lançar mais 15 eléctricos a bateria até 2025. Dentro de quatro anos, o construtor japonês aponta para as suas vendas na Europa incluírem 70% de modelos híbridos, 10% de modelos híbridos plug-in e 10% eléctricos, sejam eles alimentados por bateria ou a fuel cell. Este é um objectivo que não está em linha com o anunciado pelos restantes fabricantes, o que poderá significar que alguém está a avaliar incorrectamente o mercado e a necessidade de cumprir os limites de emissões de CO2.

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A Toyota não revelou pormenores sobre a capacidade da bateria, potência dos motores ou a autonomia, avançando apenas que a plataforma permite com a mesma facilidade conceber versões com apenas tracção à frente, atrás ou com tracção às quatro rodas. Apesar de na informação divulgada ser feita referência à participação da Subaru na concepção e desenvolvimento do sistema AWD, a realidade é que este fabricante não é uma referência em veículos eléctricos, em unidades de gestão de energia ou em transmissões que envolvam motores eléctricos.

Em relação ao habitáculo, o concept japonês apresenta um design mais alinhado pelo bom-gosto japonês do que europeu, com um dos principais argumentos a estar relacionado com o sistema de direcção by wire, o que significa que não há ligação mecânica entre o volante e as rodas. É esta opção tecnológica, rara entre modelos de grande produção, que permite que a Toyota ouse pensar em instalar um volante tipo manche de avião, similar ao que a Tesla introduziu com o restyling dos Model S e X. A baixa velocidade, ou seja durante as manobras de estacionamento ou inversões de marcha, a desmultiplicação da direcção passa a permitir dar apenas meia volta para cada lado, o que torna possível a utilização do estranho volante. E só com um volante onde falta a metade superior do aro é possível visualizar o painel de instrumentos na posição tão elevada onde se encontra, especialmente para indivíduos de determinadas estaturas ou com certas posturas ao volante.