No dia em que não se discutiu a renovação de um novo estado de emergência porque o país vai deixar de estar neste estado de exceção, o Parlamento discutiu o relatório do período de 17 a 31 de março de 2021 e Marta Temido, que encerrou a sessão, deixou uma palavra de agradecimento e de esperança no futuro.
“Disse-nos a Iniciativa Liberal que é hora de Portugal cuidar do seu futuro. Aqui chegados, é importante dizer que só há futuro porque aqui chegámos. E chegámos aqui porque os indivíduos tiveram a capacidade de se unir e de se rever num Estado que é formado por todos eles e o Estado teve capacidade de ser responsável por todos os indivíduos”, começou por dizer a ministra da Saúde.
No último ano, enalteceu, o SNS foi um “serviço de saúde mais robusto, que respondeu melhor às necessidades existenciais dos portugueses”. Mas, agora, “para quem diz que precisamos de continuar a reforçar o SNS”, há números que devem ser tidos em conta, segundo a governante. Temido recorda que na anterior legislatura foram contratados 15.425 profissionais para o SNS, numa altura em que “não havia pandemia”. “Em 2020 fizemo-lo em 9193 profissionais e este ano já o fizemos em 3619 profissionais. São números impressionantes que não dependem de nós, que dependem dos portugueses e das escolhas que fizeram em serviços públicos”, sustentou.
Se os números foram importantes no combate à pandemia, Marta Temido não tem dúvidas de que também o serão no futuro, designadamente no que toca à vacinação, que disse ser “a esperança que a todos nos move”, mas também nas outras áreas de cuidados de saúde.
Numa comparação entre março de 2021 e de 2020, Temido apontou mesmo que “o SNS [teve] mais 19% de consultas médicas em cuidados de saúde primários”. O número foi usado para responder a “quem diz que a atividade existencial precisa de ser reforçada”, com Marta Temido a garantir que o Governo concorda que esta área “precisa de ser reforçada e recuperada, mas os profissionais de saúde já o estão a fazer”.
Ainda relativamente ao futuro, a ministra da Saúde esclareceu que o Governo tem estado “discretamente” a trabalhar na área da saúde mental, designadamente com a “criação de equipas comunitárias de saúde mental na área da infância e da adolescência”. “O futuro é grande e não vamos desistir dele”, afirmou a ministra da Saúde, que garantiu que o Governo está consciente dos “desafios” e das “dificuldades”, mas está de “rosto sereno e a dizer ‘vamos continuar’”.