A organização dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, adiados para este verão, divulgou esta sexta-feira os manuais de medidas relativos ao controlo sanitário da pandemia de Covid-19 para profissionais acreditados, de jornalistas a membros de federações desportivas.
A atualização das medidas disponíveis no primeiro manual (playbook), divulgadas, acompanham na generalidade as que foram divulgadas na quarta-feira destinadas aos atletas apurados para competir na prova, que arranca em 23 de julho, abrangendo agora jornalistas e outros profissionais de comunicação, mas também oficiais e outros profissionais acreditados via federações internacionais.
Ainda assim, variam na principal medida, quanto à testagem: enquanto os desportistas serão testados diariamente na permanência na capital nipónica, jornalistas e outros profissionais acreditados serão testados, depois de uma quarentena inicial de três dias, consoante o contacto com atletas.
Esse intervalo pode ir de uma periodicidade diária a um teste de sete em sete dias, com obrigatoriedade de testes diários durante a quarentena inicial, além de um outro ao 14.º dia de permanência.
Entre as medidas mais leves conta-se a remoção da proibição de uso de transportes públicos a partir do 14.º dia, mas mantém-se o rastreio de atividades durante as primeiras duas semanas, bem como no período posterior à partida, em que agora serão requeridos dois testes.
Outras posições, como relacionadas com os transportes, as instalações de restauração e a circulação no país, entre locais de prova e não só, foram também atualizadas, com um reforço de oferta, por um lado, ou amenização de restrições, por outra, ainda que os manuais ainda tenham uma última, e definitiva e decisiva, versão, a apresentar em junho.
A organização de Tóquio2020 adiou esta semana para junho a decisão — esperada para estes dias — sobre a possibilidade de as competições terem espetadores, isto depois de já ter sido definida a proibição de público proveniente de fora do Japão, com Seiko Hashimoto, presidente do Comité Organizador, a admitir que será “muito difícil” ter bancadas cheias de qualquer das formas.
Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 23 de julho a 8 de agosto de 2021, devido à pandemia de Covid-19, enquanto os Paralímpicos foram reagendados para o período entre 24 de agosto e 05 de setembro.
Até 11 de maio, Tóquio, Kyoto, Osaka e Hyogo estão sob estado de emergência, devido ao aumento do número de infetados e ao aparecimento de novas variantes do SARS-CoV-2, o vírus que provoca a Covid-19, obrigando a que os eventos desportivos sejam realizados à porta fechada.
Desde o início da pandemia, este é o terceiro estado de emergência no Japão, que contabiliza acima de 577 mil infetados pelo novo coronavírus e mais de 10 mil mortos. O fim do presente estado de emergência coincide com a visita do presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.
Entretanto, numa reunião do comité de saúde do parlamento japonês, o responsável pelo painel governamental japonês de peritos sobre a pandemia defendeu que as autoridades locais “devem discutir” a realização dos Jogos Olímpicos no próximo verão, face ao aumento de infeções pelo novo coronavírus.
Estamos a chegar ao momento em que devemos discutir [a realização] do evento, tendo em conta a situação do aumento dos contágios e a pressão sobre o sistema de saúde, como fatores mais importantes”, afirmou Shigeru Omi, no parlamento japonês.
Mesmo assim, Seiko Hashimoto, reiterou a realização dos Jogos, salientando que “a questão é saber como organizar os Jogos de forma segura“.
Os responsáveis pela organização de Tóquio2020 apresentaram estas novas medidas restritivas, com a atualização do playbook, e têm mantido um discurso de confiança na realização do evento, numa altura em que a população japonesa se tem manifestado a favor de um novo adiamento ou do cancelamento das competições.