A variante indiana do coronavírus já foi encontrada em toda a Inglaterra, inclusive em lares de idosos. A notícia é avançada pelo The Guardian, que escreve que as autoridades britânicas temem pela velocidade com que estas cadeias de transmissão estão a crescer. Entre os mais velhos, há casos de idosos que apesar de já terem tomado duas doses da vacina contra a Covid foram infetados e tiveram de ser hospitalizados. No entanto, não sofreram de doença grave nem houve óbitos.
O jornal teve acesso a emails trocados entre as autoridades de saúde que mostram que há três variantes em análise (B16171, B16172 e B16173), que estão ligadas entre si e tiveram origem na Índia, e que podem ter mutações que ajudam o vírus a escapar das respostas imunológicas do corpo. Por outro lado, podem também tornar o SARS-CoV-2 mais transmissível devido às mutações da proteína spike.
Ainda segundo o jornal britânico, os documentos revelam que a variante B16172 tem uma avaliação de risco “elevado” para a saúde pública.
Segundo os documentos da agência governamental Public Health England, foram encontradas 48 cadeias de transmissão da variante indiana B16172 e há já provas de que há transmissão comunitária. Em Londres, as cadeias de transmissão estão concentradas em lares de idosos.
Entre os vários casos de B16172 detetados, 15 contágios aconteceram numa residência de seniores londrina onde os idosos já tinham recebido a segunda dose da vacina da AstraZeneca, na semana anterior ao surto. Quatro dos contagiados tiveram de ser hospitalizados, embora sem sintomas de doença grave, e não foi registado nenhum óbito.
Citado pelo The Guardian, um epidemiologista da Queen Mary University of London, Deepti Gurdasani, sublinhou que a variante “está a aumentar muito rapidamente” e que com “a taxa de duplicação atual, pode facilmente tornar-se dominante em Londres no final de maio ou início de junho” .