Foi escrito entre março e setembro de 2018, mas só em 2021 foi publicado. O mais recente livro de José Sócrates, “Só agora começou”, está no mercado desde o dia 15 de abril mas ainda não foram vendidos 500 exemplares, escreve esta segunda-feira o Jornal Económico que cita fontes do mercado editorial.

O livro escrito pelo ex-primeiro-ministro, editado pela Atual, uma chancela das Edições Almedina, não se encontra entre os 100 mais vendidos em Portugal, isto numa altura em que o respetivo mercado já não está sujeito às restrições do estado de emergência.

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O novo livro, no qual se procura estabelecer um paralelismo entre o contexto judicial de Sócrates e o de Lula da Silva, que chegou a ser condenado a mais de 9 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro (as acusações já foram anuladas), conta com um prefácio escrito pela antiga Presidente do Brasil, Dilma Rousseff — o autor compara a Operação Marquês à Operação Lava Jato. “Só Agora Começou” também foi publicado no Brasil, desta feita pela editora Contracorrente.

Na obra, o ex-primeiro-ministro acusa a direção do Partido Socialista de o ter traído, apontando principalmente o dedo a Carlos César, presidente do partido, e ao “atual líder do PS”, cujo nome não chega a ser mencionado. Acusa ainda Marcelo Rebelo de Sousa e a ministra da Justiça de terem dado “cobertura política” a alegados abusos cometidos contra si pelo Ministério Público, através de uma visita ao DCIAP.

Sócrates acusa: visita de Marcelo e Van Dunem ao DCIAP deu “cobertura política” a abusos do MP

“Nas vésperas de mais um adiamento dos prazos do processo, a senhora ministra da Justiça [Francisca Van Dunem] decidiu acompanhar o senhor Presidente da República numa extraordinária e totalmente inédita visita presidencial ao DCIAP [Departamento Central de Investigação e Ação Penal], visita essa que só podia ser interpretada, como foi, como um ato de cobertura política aos abusos que cometeram contra mim”, sustenta no livro, citado pela Lusa.

O jornal já citado lembra que, na acusação da “Operação Marquês”, foi defendido que Sócrates comprou grandes quantidades dos livros que ele mesmo escreveu, incluindo mais de 6.700 exemplares de “A Confiança no Mundo”.