Depois das cimeiras do Porto, os chefes de Estado e de Governo da UE voltam a reunir-se presencialmente no final deste mês, em Bruxelas, num Conselho Europeu alargado para dois dias, 24 e 25 de maio.

Originalmente convocada apenas para 25 de maio, a cimeira arrancará afinal ao início da noite de dia 24, às 19h de Bruxelas (18h de Lisboa), anunciou no domingo à noite o porta-voz de Charles Michel, presidente do Conselho Europeu.

Numa publicação na rede social Twitter, o porta-voz, Barend Leyts, acrescenta que a agenda do Conselho Europeu será consagrada ao combate à pandemia da Covid-19, às relações com a Rússia, alterações climáticas e ainda à revisão do Acordo de Comércio e Cooperação com o Reino Unido, sendo este último ponto novo.

No contexto da discussão sobre a pandemia — elemento incontornável das reuniões de líderes da UE há já mais de um ano —, os chefes de Estado e de Governo deverão discutir a questão da suspensão das patentes das vacinas contra a Covid-19, que divide os Estados-membros, como reconheceu o próprio Charles Michel no Porto, no fim de semana.

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Falando numa conferência de imprensa no passado sábado, o presidente do Conselho indicou que a discussão de líderes no jantar de sexta-feira, que teve como ‘prato principal’ precisamente esse assunto, revelou que “uma grande parte” dos líderes da UE considera que a suspensão das patentes contra a Covid-19 “não é uma solução mágica que resolveria tudo” a curto prazo.

Informando que, durante a refeição, “sentimentos e opiniões diferentes” foram expressos sobre o tema, Charles Michel referiu que a UE está “determinada a apoiar todos os elementos que possam aumentar a produção ao nível mundial e a entrega rápida de vacinas” e “pronta” a participar em “debates extremamente concretos“.

Na quarta-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que apoiava a suspensão das patentes das vacinas contra a Covid-19, uma proposta que tinha sido inicialmente avançada pela Índia e pela África do Sul na Organização Mundial do Comércio (OMC).

No quadro da discussão sobre a pandemia, os líderes deverão também focar-se na questão do certificado verde digital, que é suposto estar operacional já em junho, devendo por isso o Conselho, atualmente sob presidência portuguesa, e o Parlamento Europeu chegar a um acordo político ainda durante o corrente mês de maio.

Até ao final da presidência portuguesa do Conselho da UE, em 30 de junho, está previsto ainda um outro Conselho Europeu, em Bruxelas, agendado curiosamente também para os dias 24 e 25, mas do próximo mês de junho.