Metade dos portugueses defende que o Governo precisa de ser remodelado e Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, é o mais votado para ser substituído. É isso que revela a sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica para o Público e para a RTP. Os resultados refletem a polémica com o realojamento dos migrantes infetados com o SARS-CoV-2 em Odemira no resort ZMar, uma vez que a sondagem foi realizada nos mesmos dias em que a transferência dos trabalhadores ocorria.
Segundo o Público, 51% dos inquiridos responderam que o Executivo está a precisar de uma remodelação, enquanto 31% defendem que ele se deve manter como está. Eduardo Cabrita foi apontado por 19% dos participantes como um dos que devia ser substituído — a percentagem mais alta entre todos os ministros. Seguem-se Marta Temido, ministra da Saúde (11%), Francisca Van Dunem, ministra da Justiça (7%), e Tiago Brandão Rodrigues, com a pasta da Educação (6%).
É, ainda assim, uma recuperação para o Governo liderado por António Costa: em janeiro, a mesma sondagem indicava que 61% dos inquiridos via necessidade em remodelar o Executivo — ou seja, mais 10 pontos percentuais do que agora. O ministro que mais gente queria ver substituído era Francisca Van Dunem, a quem 27% dos participantes colocavam em xeque à conta dos erros no currículo de José Guerra enviados para a Comissão Europeia aquando da sua nomeação para procurador europeu, explica o Público.
Ainda assim, 92% dos inquiridos acha “mais provável” o cenário em que o Governo cumpre a legislatura até ao fim (mais cinco pontos percentuais do que em janeiro) e apenas 4% pensa que o Executivo não vai terminar o presente mandato. A maioria (55%) defende mesmo que o PS não deve engendrar outro geringonça, mas 13% queria ver os socialistas em parcerias à esquerda, enquanto 14% prefere um acordo com o PSD. Aliás, na hora de discutir o Orçamento do Estado, 42% dos inquiridos defende que o PS deve negociar primeiro com os sociais-democratas. No entanto, 28% acredita que a primeira conversação deve ser com o Bloco e 20% com a CDU.
Ainda na quarta-feira, o Público e a RTP revelavam que, segundo a mesma sondagem, se as eleições legislativas fossem hoje, a votação dos maiores partidos manter-se-ia praticamente inalterada, o PS continuaria à frente do país e os apoios do Bloco de Esquerda e da CDU — que antigamente formavam a geringonça ao lado dos socialistas —seriam suficientes para alcançar a maioria absoluta no Parlamento. Mas as intenções de voto subiam em flecha tanto para o Chega, como para a Iniciativa Liberal.
