Pouco antes da hora acordada para o início do cessar-fogo ainda se viam rockets a cruzar o céu entre a faixa de Gaza e Israel mas às 2h da madrugada desta sexta-feira os ataques pararam, pela primeira vez nos últimos 11 dias.

Acordado esta quinta-feira entre Israel e Hamas, com a intermediação do Egito, o cessar-fogo está a ser cumprido, dizem as agências internacionais. Esta manhã, a polícia israelita já reabriu as autoestradas nas imediações da Faixa de Gaza, encerradas desde que a violência começou a escalar no passado dia 10 de maio. Também já estão a ser levantadas as restrições de circulação impostas no país, mas esta sexta-feira as escolas das zonas central e sul de Israel vão ainda permanecer encerradas.

Na Faixa de Gaza, depois de uma noite que foi de celebração, também já começaram a ser retirados os bloqueios erguidos entretanto nas estradas junto às fronteiras. Foram milhares os palestinianos que na madrugada desta sexta-feira saíram às ruas de Gaza para celebrar, entre escombros e edifícios bombardeados, o ponto final nesta ofensiva que foi a mais violenta e letal dos últimos anos no conflito israelo-palestiniano.

De acordo com os números avançados por cada uma das partes, citados pelo Times of Israel, em Gaza morreram 232 pessoas — 66 eram crianças — e mais de 1.600 ficaram feridas; em Israel 12 pessoas perderam a vida e há 350 feridos a assinalar.

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Abdel Fattah Al-Sisi, o presidente do Egito, que intermediou as conversações entre Israel e Hamas, recorreu ao Twitter já esta sexta-feira para salientar e saudar o papel de Joe Biden neste processo de cessar-fogo. Por seu turno, o presidente dos Estados Unidos revelou em conferência de imprensa na Casa Branca que já tinha congratulado Benjamin Netanyahu por ter concordado com o fim das hostilidades e voltou a reafirmar o apoio dos EUA a Israel. Biden anunciou ainda que ofereceu ao país o seu “apoio total” para repor o sistema de defesa aéreo israelita.

“A União Europeia congratula-se com o anunciado cessar-fogo que põe termo à violência em Gaza e arredores. Louvamos o Egito, o Qatar, as Nações Unidas, os Estados Unidos e outros que desempenharam um papel facilitador neste processo”, reagiu esta sexta-feira de manhã Josep Borrell, o chefe da diplomacia da UE, numa declaração divulgada à imprensa em Bruxelas.

Ainda assim, o chefe da diplomacia da UE adianta: “Estamos consternados e lamentamos a perda de vidas ao longo destes últimos 11 dias”. Para o Alto Representante da União para a Política Externa, a situação na Faixa de Gaza era “há muito insustentável”. “Só uma solução política poderá trazer uma paz sustentável e pôr fim de uma vez por todas ao conflito israelo-palestiniano. Restaurar um horizonte político no sentido de uma solução de dois Estados continua agora a ser da maior importância e a UE está pronta a apoiar plenamente as autoridades israelitas e palestinianas nestes esforços”, declarou ainda Josep Borrell.