Foi uma autêntica redenção entre as cinzas: depois de duas derrotas no Dragão Arena frente ao Benfica e da 11.ª final da Liga Europeia (desta vez frente ao Sporting), o FC Porto apresentava-se na Luz para o jogo 3 das meias para enfrentar uma verdadeira prova de vida sem margem de erro. E conseguiu: começou a perder, colocou-se em vantagem em cima do intervalo, chegou ao 4-1, teve de sofrer nos últimos três minutos mas arrancou um triunfo fundamental por 5-3 que mantinha em aberto a possibilidade de voltar à final. No entanto, foi depois desse encontro que surgiu o “caso” da semana, que levou mesmo à suspensão com efeitos imediatos de Poka.

FC Porto vence Benfica na Luz e relança meia-final. Sporting elimina Óquei Barcelos e garante final do Campeonato

O internacional português de 32 anos, que passou por Gulpilhares, Valongo, Oliveirense e Sporting antes de se mudar para os dragões, teria um acordo verbal para prolongar contrato com os azuis e brancos desde o mês de fevereiro, nunca chegou a passar o mesmo para o papel e acabou por aceitar recentemente uma proposta do rival Benfica, numa altura em que se fala (sem confirmações) de uma possível retirada de Valter Neves, apesar de toda a “pressão” feita por adeptos encarnados e amantes do hóquei em patins para que faça pelo menos mais uma temporada. Assim que o FC Porto soube desse vínculo, Poka saiu de imediato das opções.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Zé Miguel Gonçalves ocupou a vaga do defesa/médio nos eleitos de Guillem Cabestany, o FC Porto perdeu outro tipo de profundidade na rotação da equipa mas assumiu nesse contexto a decisão mesmo sabendo que jogava na Luz mais uma vez sem poder perder, sob pena de ficar afastado da final. E, num jogo com mais de 30 faltas, os dragões voltaram a bater o Benfica por 6-3, levando a decisão sobre quem vai defrontar na eliminatória decisiva do Campeonato o Sporting (que já afastou o Óquei de Barcelos) para o Dragão Arena durante a semana.

O encontro começou da pior forma para o conjunto da casa, que viu Gonçalo Alves inaugurar o marcador logo no segundo minuto da sequência de uma grande jogada individual e Valter Neves ficar de fora no quarto minuto depois de ter sido atingido com a bola na cara após remate na área portista que o deixou a sangrar de forma abundante. Sergio Aragonés, num remate em jeito em zona central que surpreendeu Xavi Malián, conseguiu ainda fazer o empate (6′) mas o FC Porto não demorou a recolocar-se na frente, aproveitando uma saída rápida 2×1 com Xavi Barroso a assistir e Rafa a marcar o 2-1 (9′), levando Alejandro Domínguez a parar o jogo.

O Benfica não conseguiu melhorar muito o seu jogo mas esse desconto de tempo permitiu que a equipa tivesse uma outra estabilidade na pista, que se viria a refletir também na forma como conseguiu aguentar dois minutos em situação de under play após cartão azul a Aragonés e uma grande defesa de Pedro Henriques ao livre direto de Gonçalo Alves (15′). Até ao intervalo, Nicolia acertou no poste, as oportunidades dividiram-se mas o 2-1 não voltou a sofrer alterações até aos dois últimos minutos, quando Nicolia aproveitou uma recarga de um livre direto após a décima falta para empatar (23′) mas Di Benedetto, logo no minuto seguinte e na sequência de uma jogada bem trabalhada perto da baliza por Cocco, fez o 3-2 com que se viria a atingir o intervalo.

A segunda parte trouxe um Benfica melhor e um FC Porto menos intenso, o que foi valendo uma série de boas oportunidades junto da baliza de Xavi Malián e um golo de Ordóñez que acabou por não ser sancionado porque o encontro já se encontrava interrompido. Acabou por valer aos encarnados nova situação de bola parada, com o mesmo Ordóñez a aproveitar um livre direto pela 15.ª falta para fazer o 3-3 (35′) antes de dez minutos finais eletrizantes com Di Benedetto a falhar um livre direto por azul a Nicolia (40′), Ordóñez a ganhar e falhar um penálti em situação de under play (40′) e Gonçalo Alves a fazer o 4-3 num livre direto por décima falta (42′). Di Benedetto e Gonçalo Alves, no último minuto, aumentaram a vantagem quando os encarnados atacavam com cinco jogadores de campo e sem guarda-redes, fechando em definitivo as contas do clássico.