A diretora-geral da Saúde disse esta segunda-feira que a “maior parte das coisas correram bem” na final da Liga dos Campeões de futebol, no Porto, apesar de “alguns incumprimentos” que não podem servir de “passaporte” para incumprir. Graça Freitas divulgou ainda que 5.600 pessoas foram testadas, sendo que três estão a cumprir isolamento.

“Há sempre falhas nestes processos, mas a maior parte das coisas correram bem. Eu como espectadora olhei para o estádio e a maior parte das pessoas estava com máscara, sentada com distância e todas elas foram testadas para entrar no estádio, também vi pessoas sem máscara e demasiado juntas”, afirmou Graça Freitas numa conferência de imprensa, no Porto, onde também esteve representada a PSP, Câmara do Porto, Turismo do Porto e Norte e associação de comerciantes.

De modo geral, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) assumiu ter havido “algum quebrar de regras e algum incumprimento”, não tendo sido uma situação generalizada à cidade do Porto.

5.600 pessoas foram testadas

No âmbito da final da Liga dos Campeões de futebol foram testadas 5.600 pessoas, das quais três estão em isolamento, duas por testarem positivo e uma por ser contacto de alto risco. Graça Freitas revelou que estas três pessoas estão bem, a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde e em isolamento em unidades hoteleiras.

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Graça Freitas acrescentou que estas “não pertencem à mesma bolha”, estando a cumprir isolamento separadas, recusando adiantar a nacionalidade das mesmas.

De entre as 5.600 pessoas testadas estão adeptos e “staff”, sublinhou.

Graça Freitas explicou ainda que esta testagem não foi feita num único dia, nomeadamente naquele em que se realizou o jogo da final, mas ao longo dos dias que antecederam o evento desportivo.

A final da Liga dos Campeões, entre Manchester City e Chelsea, decorreu no Porto, no sábado, num jogo com a presença de adeptos ingleses, que durante os últimos dias estiveram aglomerados no centro da cidade, a maioria sem cumprir as regras ditadas pela pandemia de Covid-19, como o uso de máscara e o distanciamento físico.

Turismo do Porto e Norte realça ocupação hoteleira superior a 75% e comerciantes dizem ter sido um “belo exemplo”

O vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal adiantou que a final da Liga dos Campeões de futebol, no Porto, permitiu uma ocupação hoteleira superior a 75%.

“Pelo que avaliámos com todos os agentes correu bem, tivemos mais de 75% de ocupação e com uma promoção internacional que só reforça e reflete a nossa capacidade hoteleira”, referiu Inácio Ribeiro.

Depois de um ano “tremendo e terrível”, o dirigente sublinhou que um evento como a final da Liga dos Campeões trouxe para os empresários do setor do turismo um “valor que em circunstâncias normais não se conseguia”.

Também o presidente da Associação de Comerciantes do Porto, Joel Azevedo, fez um balanço positivo deste evento desportivo.

“O comércio do Porto espera que muitos mais eventos ocorram na cidade e que se sinta, paulatinamente, este desconfinamento porque é o que estamos todos a precisar”, disse.

Para Joel Azevedo, a região deu um “belo exemplo” do que é fazer um evento desta dimensão e controlar as massas.

“Ouvi grande parte dos comerciantes e os que estiveram mais próximos dos adeptos expressaram de forma muito positiva a vinda dos turistas ingleses”, frisou.

Polícia diz que “pontualmente foi necessário intervir”

Sublinhando que a Liga dos Campeões implicou a deslocação de um significativo número de adeptos ingleses, alguns deles identificados como problemáticos, a comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP vincou que esta força policial, através de uma abordagem pedagógica, procurou simultaneamente manter um ambiente festivo e garantir a segurança de todos os intervenientes.

“Pontualmente foi necessário intervir rápida e cirurgicamente para fazer cessar pequenas desordens ocorridas entre adeptos de forma a que não ganhassem maiores proporções”, afirmou Paula Peneda.

Da operação policial resultaram quatro detenções, duas por contrafação e outras duas por agressão, recordou.

Por seu lado, a vereadora da Câmara Municipal do Porto com o pelouro da Juventude e Desporto salientou que a responsabilidade desta autarquia se limitou à disponibilização de dois espaços para os adeptos dos dois clubes.

“Foram dois sítios geograficamente distantes, dois sítios em locais aprazíveis da cidade que permitiram manter por ali os adeptos e, dali, foram transportados para o Estádio do Dragão [local do jogo]”, adiantou Catarina Araújo.

Nestas zonas foram “estritamente” cumpridas todas as regras definidas pelas autoridades de saúde, alertou.