Foram detetados nas últimas 24h 724 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, a contagem mais elevada desde 6 de abril e a pior quarta-feira desde 3 de março. Mais de metade dos novos casos dizem respeito a pessoas na zona de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o relatório diário divulgado pela Direção-Geral da Saúde. Um boletim que também aponta para uma evolução desfavorável do indicador de transmissibilidade e das taxas de incidência.
O indicador R(t) passou esta quarta-feira para 1,07 no país (1,08 no continente), mais uma centésima em ambos os casos. Na anterior leitura, divulgada segunda-feira, o R(t) estava em 1,06 a nível nacional e 1,07 no território continental.
Além da evolução desfavorável do indicador de transmissibilidade conhecido como R(t), o boletim da DGS contém, também, informação sobre a evolução do indicador de incidência, que também é atualizado às 2ª, 4ª e 6ª.
De acordo com os dados, o rácio de incidência no país passou para os 66,4 casos de infeção (por 100 mil habitantes), contra a anterior leitura que era de 63,3 casos. Quando se analisa apenas o rácio de incidência no território continental, este passou para os 63,7 casos por 100 mil habitantes, mais/menos do que os 60,4 da leitura anterior.
Assim, o país, como um todo, deslocou-se um pouco mais no sentido do amarelo na matriz de risco seguida pelo Governo.
Por outro lado, segundo a DGS, foram detetados mais 724 casos de Covid-19 nas últimas 24h em Portugal, fazendo elevar para mais de 850 mil o número de infeções confirmadas desde que começou a pandemia.
O número diário de novos casos compara com os 445 da véspera e trata-se do número mais elevado desde 6 de abril, uma altura em que o país estava a entrar na segunda fase do desconfinamento. Sabendo-se que existe alguma oscilação nestes dados, conforme o dia da semana, verifica-se que esta foi a pior quarta-feira desde 3 de março (na altura, 979 casos).
Assim, aproximou-se de 550 a média móvel de sete dias (546,9) o número de novos casos – uma média que chegou a ser inferior a 330 casos no início de maio, num bom espelho da aceleração do contágio nas últimas semanas.
O boletim da DGS indica, também, para 1 óbito com a doença, depois de na véspera não ter havido qualquer morte causada pelo novo coronavírus, segundo a informação oficial.
A única morte do dia diz respeito a um homem na faixa etária dos 50 anos, que residia na zona norte do país.
Nessa faixa etária já morreram 465 pessoas, perante o total de 17.026 óbitos com Covid-19 registados até ao momento. Ainda mais novos do que a faixa etária dos 50 anos, houve 155 óbitos na casa dos 40 anos, 43 pessoas que morreram e tinham entre 30 e 39 anos, 12 na casa dos 20 e quatro com menos de 20 anos de idade.
Também de acordo com o boletim da DGS, aumentou em três o número de doentes em cuidados intensivos – eram 53 à meia-noite, segundo os dados oficiais.
Por outro lado, houve uma redução de quatro no número de doentes internados (incluindo enfermaria e cuidados intensivos) nos hospitais portugueses: de acordo com a DGS, eram 264 pessoas.
O boletim indica, por sua vez, que 458 pessoas foram consideradas recuperadas da infeção pelo novo coronavírus, um número inferior aos 724 novos casos (pelo que os casos ativos aumentaram para 22.965 no país).
Mais de metade dos novos casos surgiram em Lisboa e Vale do Tejo, na linha da predominância que já se tem verificado nas últimas semanas.
Segundo a DGS, 368 dos 724 novos casos foram detetados na região que inclui a capital do país, ou seja, 50,8%.
A estes somam-se 212 casos no norte (e foi no norte que houve o único óbito), 64 casos no centro, 32 no Algarve e 22 no Alentejo. Fora do território continental, houve 24 novos casos nos Açores e dois na Madeira.