Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estado Unidos, pediu à China os registos médicos de nove pessoas que alegadamente ficaram doentes com sintomas semelhantes aos da Covid-19 antes do início da pandemia. Nesse grupo estão incluídos três investigadores que tralhavam no Instituto de Virologia de Wuhan e que ficaram doentes nas semanas anteriores ao primeiro caso ter sido reportado, em dezembro de 2019. O objetivo é reunir pistas importantes sobre a origem do vírus da Covid-19, isto é, se este foi ou não o resultado de uma fuga de um laboratório em Wuhan, na China.
Os documentos, disse Fauci em entrevista ao Financial Times, publicada esta sexta-feira, podem ajudar a resolver o debate sobre as origens do novo coronavírus.
“Gostaria de ver os registos médicos das três pessoas que supostamente ficaram doentes em 2019. Elas adoeceram mesmo e, se sim, com o quê?”, é uma das perguntas de Fauci. O perito pediu também à China que disponibilizasse os registos médicos de seis mineiros que adoeceram com pneumonia causada por um vírus depois de terem estado numa caverna de morcegos na província chinesa de Yunnan em 2012. A caverna, esclarece o The Wall Street Journal, terá sido o berço de um coronavírus, recolhido e armazenado no instituto em Wuhan.
De acordo com o Financial Times, Fauci continua a acreditar que o vírus tenha passado de animais para os humanos, destacando a possibilidade de os investigadores em questão terem contraído a doença através da população em geral. No entanto, admite também que as investigações devem prosseguir.
A origem do vírus que provoca a doença Covid-19 continua a ser desconhecida, mesmo depois de uma investigação sob a chancela da Organização Mundial de Saúde, no início deste ano, ter apontado o dedo aos mercados de animais. No final de maio, Joe Biden, Presidente norte-americano, pediu aos serviços secretos que redobrassem os esforços e apresentassem um relatório sobre as origens do vírus no espaço de 90 dias.