Casados desde 1999, é de forma relativamente discreta que Eduardo, o filho mais novo de Isabel II, e a sua mulher, Sophie, têm desempenhado o seu papel enquanto membros da família real — pelo menos até ao final de 2019, quando André, o duque de York, se despediu das suas funções públicas no rescaldo do escândalo Jeffrey Epstein. O afastamento de Harry e Meghan enquanto elementos sénior do clã também terá contribuído em larga medida para que nos últimos tempos os condes de Wessex dessem mais um passo em frente na exposição pública e no número de tarefas em mãos — dir-se-ia até que foram promovidos face aos Sussex no site oficial.

Continuamos a ser uma família, apesar de tudo. Sê-lo-emos sempre“, defenderam esta sexta-feira, naquela que foi a primeira grande entrevista juntos. O casal, que recebeu o The Telegraph na sua casa com 120 quartos em Surrey, comentava o atual momento no seio da família, marcado quer pela morte do duque de Edimburgo, quer pela relação tensa com Harry e Meghan.

Sobre as polémicas revelações de Markle saídas da entrevista de março, inevitável tema sobre a mesa durante esta visita, Eduardo e Sophie preferem desvalorizar quando lhes perguntam se assistiram à conversa. “Oprah quem?“, ironiza o conde de Wessex quando confrontado com a questão, depois de olhar para a mulher, que alinha pelo mesmo registo: “Qual entrevista?”. Eduardo vai mais longe, saindo em defesa do arcebispo da Cantuária, que terá protagonizado um momento caricato por ocasião do casamento dos Sussex, em 2018, quando esteve à conversa com a apresentadora sem saber quem era. “Sabe, se não segue talk shows, não há razão para saber quem ela [Oprah] é. Sobretudo neste país”

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Para um pouco de água na fervura, a condessa partilha no entanto que teve uma longa e “agradável” conversa com o príncipe Harry no castelo de Windsor, depois das cerimónias fúnebres do duque de Edimburgo. De resto, a morte do príncipe Filipe é um dos temas mais abordados pelos condes nesta entrevista. “Foi extraordinariamente estranho entrar na Capela de São Jorge e encontrar a nave completamente vazia”, admite Eduardo, a menos de uma semana do dia em que o pai completaria um século de vida, a 10 de junho.

“É sempre difícil lidar com este tipo de situações porque estamos envolvidos e não temos qualquer ideia da perceção que vem de fora. Foi muito tocante estar ali porque de repente se tornou bastante intimista”, continuou. “Não pensamos que está imensa gente a assistir, porque se torna tão pessoal”, acrescentou Sophie. “Ver sua majestade ali sozinha foi muito tocante”.

Da família à intensa agenda real, há tempo para percorrer o passado, presente e futuro. Por ano, Eduardo e Sophie asseguram entre eles mais de 500 compromissos, sendo que em 2019 o conde participou em mais eventos públicos do que a rainha e Sophie teve uma carga superior à dos duques de Cambridge ou de Camilla, a duquesa da Cornualha.

Quando as restrições impostas pela Covid-19 forem totalmente levantadas, o foco do par estará no Prémio Duque de Edimburgo, já que assumiram boa parte das suas responsabilidades quando Filipe se retirou da vida pública, em 2017.