A confiança dos agentes económicos é um dos principais motores do crescimento económico. Sem ela, verifica-se a retração de algumas acções de consumidores e empresários que conduzem a menor consumo e menor investimento.

Por outro lado, sendo uma avaliação qualitativa de percepção, a confiança é também afectada pelos sinais de conjuntura e pela informação que chega às populações.

Sem surpresa, este foi um dos primeiros indicadores a reflectir a crise súbita e inesperada que se desenhou com o aparecimento da pandemia e com o primeiro confinamento.

Muitos outros acusaram e continuam a acusar o impacto deste choque económico invulgar, como veremos ao longo desta série chamada “Pandemia em Números”, onde se analisa a economia portuguesa na sequência da Covid-19, que resulta de uma parceria entre o Observador, a Fundação Francisco Manuel dos Santos e a Pordata. Mas poucos reagiram com a rapidez e amplitude dos indicadores qualitativos de confiança.

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O mergulho da confiança dos consumidores, em Abril de 2020, foi o maior verificado num só mês em mais de uma década. Esta queda reflecte a forte mudança de percepção em relação ao andamento da economia: uma larga maioria de pessoas passou a fazer uma avaliação negativa do futuro próximo. De então para cá, essa avaliação manteve-se maioritariamente negativa mas, ainda assim, com uma amplitude menor. As maiores oscilações acompanharam os ciclos de confinamento e desconfinamento.

A recuperação dos primeiros meses de 2021 reflecte as perspectivas mais positivas, relacionadas com o avanço dos processos de vacinação e a expectativa de regresso a uma certa normalidade económica.

O indicador é obtido a partir de inquéritos de opinião regulares que o Instituto Nacional de Estatística faz aos consumidores. A medida apresentada é o Saldo das Respostas Extremas — diferença entre a percentagem de inquiridos que dá respostas de valoração positiva e respostas de valoração negativa.

Este artigo faz parte de uma série chamada “Pandemia em Números”, onde se analisa a economia portuguesa na sequência da Covid-19. Trata-se de uma parceria entre o Observador, a Fundação Francisco Manuel dos Santos e a Pordata.