A diretora do Magdalen College, da Oxford University, saiu em defesa do grupo de alunos que decidiu tirar da sua sala comum uma fotografia da rainha após o ministro da Educação do Reino Unido ter considerado a ação um “absurdo”.
Os membros do Middle Common Room (MCR), uma organização que junta alunos de pós-graduação do Magdalen College, votaram para remover a fotografia, que decorava a sua sala comum desde 2013. De acordo com a ata da reunião, citada pelo The Guardian, alguns alunos consideraram que imagens da rainha e da monarquia britânica “representam a história recente do colonialismo”.
Mattew Katzman, presidente do MCR, explicou ao The Telegraph que a decisão foi tomada com o objetivo de “deixar a sala comum neutra”. “A faculdade tem várias imagens de várias coisas, mas a sala comum deve ser um espaço onde todos se sintam bem-vindos”, afirmou.
Num tweet publicado esta terça-feira, o ministro da Educação britânico, Gavin Williamson, um dos muitos britânicos que criticaram a remoção da imagem de Isabel II, classificou a remoção da imagem como “simplesmente absurdo”. “Ela é a chefe de Estado e um símbolo do melhor que o Reino Unido tem. Durante o seu longo reinado, ela trabalho incansavelmente para promover pelo mundo os valores britânicos da tolerância, inclusão e respeito”, afirmou o governante.
Oxford University students removing a picture of the Queen is simply absurd. She is the Head of State and a symbol of what is best about the UK. During her long reign she has worked tirelessly to promote British values of tolerance, inclusivity & respect around the world
— Sir Gavin Williamson MP (@GavinWilliamson) June 8, 2021
A resposta da diretora do Magdalen College, a advogada Dinah Rose, não tardou. Ainda no mesmo dia, Rose partilhou no Twitter “alguns factos” sobre o que tinha acontecido, explicando que a Middle Common Room é uma organização de alunos, que não representa a faculdade e que a decisão de tirar a fotografia da rainha é da inteira responsabilidade dos seus membros.
Apesar de a decisão ter sido tomada apenas pelos alunos, a diretora do Magdalen College frisou que a faculdade “apoia fortemente a liberdade de expressão e o debate político e o direito do MCR à autonomia”. “Ser estudante é muito mais do que estudar”, disse a responsável. “É explorar e debater ideias. Às vezes é provocar a geração mais velha. Algo que parece não ser difícil de fazer nos dias de hoje.”
They recently voted to take it down.
Both of these decisions are their own to take, not the College's.
Magdalen strongly supports free speech and political debate, and the MCR'S right to autonomy.— Dinah Rose (@DinahGLRoseKC) June 8, 2021
So if you are one of the people currently sending obscene and threatening messages to the College staff, you might consider pausing, and asking yourself whether that is really the best way to show your respect for the Queen.
— Dinah Rose (@DinahGLRoseKC) June 9, 2021
Dinah Rose revelou ainda que membros da equipa da faculdade têm recebido “mensagens ameaçadoras e obscenas” e apelou a que os responsáveis por essas mensagens parassem para pensar sobre qual é a melhor maneira de de mostrar o seu respeito pela rainha “ou se ela provavelmente apoiaria as tradições de debate livre e de tomada de posições democráticas que estamos a tentar manter vivas no Magdalen”.
Quanto ao retrato de Isabel II, talvez um dia volte a ser pendurado, “talvez não”. “Entretanto, será guardado de forma segura”, garantiu.