A Toyota, o maior fabricante de veículos do mundo em 2020, foi o primeiro a apostar forte em modelos menos poluentes. Apresentou a primeira geração do Prius em 1997 e, apesar de o modelo ter sido deficitário durante anos, continuou a fabricá-lo até se transformar num sucesso, com a tecnologia então desenvolvida a ser sucessivamente melhorada e alargada à quase totalidade da gama, estando hoje associada ao êxito da marca.

Porém, se domina nos híbridos, o gigante japonês está atrasado nos eléctricos. Mas finalmente parece apostado em recuperar o tempo perdido, tanto mais que muitos accionistas se têm revelado contra o fraco investimento nesta tecnologia.

Contudo, nem só os veículos contribuem para o impacto ambiental do fabricante, pois importa ter igualmente em linha de conta as emissões de carbono decorrentes da produção. A Toyota tinha prometido tornar-se neutra – o que consiste em não lançar carbono “novo” na atmosfera, conseguindo um equilíbrio entre o carbono emitido e o que é capturado – em 2050, um prazo anormalmente largo e nada em linha com o seu estatuto de marca responsável em termos ambientais.

Para surpresa geral, a marca vem agora anunciar uma marcha-atrás e de 15 anos. A neutralidade em carbono prometida para 2050 passa a ter como objectivo 2035. Quem o revelou foi o responsável pela produção do Grupo Toyota, Masamichi Okada, a quem cabe tornar as fábricas neutras em carbono.

Para este objectivo se tornar realidade, várias áreas da linha de produção têm de ser revistas, com destaque para a da pintura, muito exigente em energia devido à parte da estufa de secagem. A esta pintura “verde” deverá associar-se o consumo de electricidade exclusivamente proveniente de fontes renováveis, para que os gases de efeito estufa não sejam incrementados pela actividade fabril.

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