Os portos do continente movimentaram 21,4 milhões de toneladas até março, menos 1,9% do que no período homólogo, segundo dados da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) esta quarta-feira divulgados.
“O volume de carga movimentada nos portos nacionais no mês de março de 2021 registou uma variação positiva homóloga de 0,1%, levando a que o primeiro trimestre tivesse encerrado com um recuo global de 1,9%, correspondente a 418,8 mil toneladas (mt), para um total de 21,4 milhões de toneladas”, indicou, em comunicado, a AMT.
Esta evolução é justificada com o desempenho dos portos de Leixões e de Sines, “com uma influência negativa” de, respetivamente, 1,5 milhões de toneladas e uma “influência positiva” de 1,1 milhões de toneladas. Neste período, registou-se uma variação positiva de 11,6% no mercado de carga contentorizada e de 1,3% nos produtos petrolíferos. Por outro lado, o mercado dos produtos agrícolas e da carga ro-ro verificaram subidas respetivas de 1,8% e 3,5%.
Com comportamento negativo destacam-se o petróleo bruto, com um decréscimo de 1,16 milhões de toneladas, “pois além da referida diminuição em Leixões, também em Sines o seu volume movimentado recua 6,3%”. Segue-se o mercado do carvão que, entre janeiro e março, teve uma quebra global de 118,4 milhões de toneladas. Adicionalmente, registaram-se quebras de 4% nos outros granéis sólidos e de 2,1% na carga fracionada.
“Em termos de volume de carga movimentada por porto, Sines continua a deter uma quota maioritária absoluta, que neste primeiro trimestre ascende a 55,6%, sendo superior à do período homólogo de 2020 em 5,9 pontos percentuais (pp) e a mais elevada de sempre”, apontou. Leixões mantém-se no segundo lugar, mas a sua quota cedeu 6,5 pontos percentuais para 17,6%, seguido por Lisboa (10,6%), Setúbal (7,2%), Aveiro (6,7%), Figueira da Foz (1,8%), Viana do Castelo (0,4%) e Faro (0,1%).
No primeiro trimestre, o movimento de contentores subiu 10% para quase 742.000 TEU (medida padrão utilizada para calcular o volume dos contentores), influenciado pelo porto de Sines, com uma quota 59,4%, seguido por Leixões (22,7%), Lisboa (11,1%) e Setúbal (6,1%). Contabilizaram-se, no período em análise, 2.305 escalas, uma diminuição de 180 em comparação com o mesmo trimestre de 2020.
De acordo com os dados esta quarta-feira divulgados, a estes navios corresponde um volume de arqueação bruta de 38,54 milhões, menos 17,1%, sendo que a redução mais expressiva ocorreu no porto de Lisboa com menos 101 escalas. Por sua vez, o volume de carga movimentada nas operações de desembarque perdeu 8,3%, “anulando o acréscimo de 670.800 toneladas, correspondente a 7,7% para 9,44 milhões de toneladas, verificado nas operações de embarque”.
Entre janeiro e março, observaram-se variações na atividade de movimentação de carga em 50 portos, “constatando-se registos positivos em 22, que totalizaram mais de 1,91 milhões de toneladas, e negativos nos restantes 28, num total de menos 2,32 milhões de toneladas”. Dos 42 mercados onde se registaram operações de desembarque, constata-se uma diminuição total de 1,94 milhões de toneladas observada num conjunto de 23 destes mercados, tendo os restantes movimentado mais 847,3 milhões de toneladas do que no primeiro trimestre de 2020.
Entre os mercados onde se realizaram operações de desembarque, destacam-se o petróleo bruto de Leixões e de Sines. “A quebra do primeiro é substancialmente mais expressiva do que a do segundo, atingindo respetivamente um milhão de toneladas, correspondente a menos 80,3% e que representa 51,6% do total de quebras apuradas, e menos 136,9 milhões de toneladas”, notou a AMT, lembrando que este comportamento está inserido na “cessação da produção de combustíveis na refinaria de Matosinhos”.
As maiores variações positivas no volume de carga desembarcada são da carga contentorizada em Sines, que atingiu 370,3 milhões de toneladas, mais 17,5%, ou seja, 43,7% do total. No sentido oposto, assinalaram-se “quebras significativas” do volume desembarcado de produtos petrolíferos em Lisboa e Sines de, respetivamente, 48,2% e 7,2%, bem como da carga contentorizada em Leixões (-14,3%).
Nos 40 mercados onde se registaram operações de embarque, somaram-se variações positivas em 17 (1,44 milhões de toneladas) e negativas em 23 (- 770,2 milhões de toneladas). “Não obstante o volume de carga desembarcada ser globalmente superior ao da carga embarcada em +27,2%, existem portos onde se verifica uma situação inversa, conferindo-lhes a associação ao perfil de porto exportador”, nomeadamente, os portos de Viana do Castelo, Figueira da Foz, Setúbal e Faro.