A capital russa registou pelo segundo dia consecutivo um novo recorde de casos de contaminação pelo coronavírus, com 9.120 infeções em 24 horas, enquanto São Petersburgo reforçou de novo as suas medidas anti-covid. Moscovo tinha registado na sexta-feira 9.056 novos casos, contra cerca de 3.000 casos diários há duas semanas.
Segundo as autoridades, este novo surto de covid-19 é motivado pela variante Delta, surgida na Índia e que ameaça colocar uma grande pressão nos hospitais moscovitas.
No total, o país registou 17.906 casos e 466 mortes nas últimas 24 horas, um pico desde 13 de março. A capital indicou 76 novos óbitos.
Face a esta situação, a adjunta do presidente da câmara municipal de Moscovo, Anastassia Rakova, anunciou um reforço das camas dos hospitais para doentes com covid-19 de 17.000 para 24.000 durante as duas próximas semanas.
Epicentro da pandemia na Rússia, a capital, com cerca de 12 milhões de habitantes, registava hoje mais de metade do número de casos no país.
Na sexta-feira, o presidente da autarquia de Moscovo, Serguei Sobianine, afirmou que cerca de 90% dos doentes estavam infetados pela variante Delta. Foi forçado a reintroduzir restrições, que permanecem limitadas para preservar a atividade económica.
Neste contexto, Sobianine anunciou na sexta-feira o cancelamento dos eventos com mais de 1.000 pessoas, o que implicou o encerramento da ‘fan-zone’ do Euro de futebol no complexo olímpico de Lujniki.
Foi ainda prolongado até 29 de junho o encerramento, decretado no anterior fim de semana, dos restaurantes instalados nos centros comerciais, ou ainda as instalações dos parques públicos, e o fecho de restaurantes e bares entre as 23:00 e as 06:00.
Sobianine também decretou na quarta-feira a vacinação obrigatória dos trabalhadores do setor dos serviços. Cerca de 60% destes funcionários, à volta de dois milhões de pessoas, deverão ser vacinados até 15 de agosto.
Em São Petersburgo, a segunda cidade do país que regista um aumento das infeções, foi também anunciada a vacinação de 65% dos funcionários locais até 15 de agosto.
A antiga capital imperial, que deve ainda receber três jogos do Euro de futebol, revelou hoje que o acesso à sua principal ‘fan-zone’, a praça Koniouchenaia, será limitada a 3.000 pessoas, contra as anteriores 5.000.
Na semana passada, as autoridades locais tinham já proibido a venda de bens alimentares nas ‘fan-zones’ do Euro e encerrou os espaços de restauração e os recintos para crianças nos centros comerciais.
Dois novos hospitais temporários também foram disponibilizados nas últimas semanas para os doentes com covid.
Desde dezembro, apenas 19,4 milhões de russos numa população de 146 milhões recebeu pelo menos uma dose da vacina, cerca de 13% da população, indicou o site Gogov, que concentra os dados das regiões e dos media, na ausência de estatísticas nacionais oficiais.
Com 128.911 mortes recenseadas pelo Governo, a Rússia é o país europeu com mais vítimas mortais de covid-19.
A agência de estatísticas russa Rosstat, que possui uma definição mais alargada das mortes relacionadas com a covid-19, recenseou cerca de 270.000 óbitos desde o início da pandemia.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.853.859 mortos no mundo, resultantes de mais de 177,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.062 pessoas dos 864.109 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.