Os chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vão reunir-se esta quarta-feira em Maputo, em cimeira extraordinária, para debaterem o combate ao “terrorismo” no norte de Moçambique, refere um comunicado da organização.
“A cimeira irá, entre outras questões-chave, debruçar-se sobre a resposta e apoio regional da SADC à República de Moçambique na luta contra o terrorismo”, avança a nota. Os chefes de Estado e de Governo da SADC vão igualmente discutir sobre a segurança alimentar e nutricional, gênero e desenvolvimento, bem como progressos alcançados no combate ao VIH/Sida e à pandemia de Covid-19, refere o texto. A cimeira vai também avaliar os resultados alcançados na prossecução do lema “SADC: 40 Anos Construindo Paz e Segurança e Promovendo Resiliência Face aos Desafios Globais”.
Durante o evento, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, vai lançar os livros “40 Anos da SADC: Reforçando a Cooperação e a Integração Regionais”, “Volume 2 das Histórias de Sucesso da SADC- Moçambique”, e “Lutas de Libertação da África Austral”, uma obra da autoria de Hashim Mbita, destacado líder tanzaniano e que foi secretário-executivo do Comité de Libertação da Organização da União Africana (OUA), atual União Africana (UA).
Filipe Nyusi vai presidir a cimeira, na qualidade de presidente em exercício da SADC. A cimeira de chefe de Estado e de Governo da SADC será antecedido da reunião do Comité Permanente de Altos Funcionários da SADC hoje e do Conselho de Ministros da organização na terça-feira. Integram a SADC 16 estados, nomeadamente: Moçambique, Angola, África do Sul, Botsuana, Zimbabué, Esuatíni, RDCongo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias Namíbia, Seycheles, Tanzânia, Zâmbia e Comores.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 732.000 deslocados de acordo com a ONU. Ainda segundo a ONU, mais de 900.000 pessoas estão sob insegurança alimentar severa em Cabo Delgado e as comunidades de acolhimento estão também a precisar urgentemente de abrigo, proteção e outros serviços.