O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse este sábado à Lusa que as corporações enfrentam “duas batalhas distintas” ao estarem na linha da frente da pandemia de covid-19 e com a época de incêndios à porta.
“É uma guerra com duas frentes, com duas batalhas distintas. A batalha da covid-19 torna-se muito mais preocupante, não só pelo que tem de ser a nossa resposta, sempre na linha da frente […], mas também por termos que estar atentos ao que serão os incêndios rurais”, salientou o presidente da LBP, Jaime Marta Soares.
O líder da Liga, que falava após a reunião do conselho nacional que aprovou hoje o Relatório de Atividades e Contas e marcou eleições para 30 de outubro, em Santarém, alertou que o país estaria “numa situação muito má” se os bombeiros “respondessem ao país consoante o Estado corresponde aos bombeiros”.
“Só que os bombeiros conseguem ser sempre iguais a si próprios, mantém-se sempre fiéis à defesa das vidas das populações, sem regatear esforços e dando a própria vida na defesa da vida ou do outro homem”, apontou.
Jaime Marta Soares sublinhou que os bombeiros são “aqueles que mais transportam doentes, com covid-19 ou com suspeitas, a uma distância grande de qualquer outra entidade” em Portugal.
“Depois, ao mesmo tempo, temos que estar preparados porque há grande concentração de meios em relação a outra batalha da mesma guerra, em termos de mobilização de meios, e isso é muito preocupante”, acrescentou.
O responsável destacou a preocupação com “os incêndios rurais”, que ‘obrigam’ as corporações a estarem “totalmente disponíveis para serem eficazes na resposta às situações complexas e difíceis”, enquanto “continuam atentos a outro problema gravíssimo, que é a resposta à covid-19”.
“E, ao mesmo tempo, [temos que] resguardar os nossos próprios operacionais em relação a essas situações, porque há uma mobilização grande de meios e pode ser complicado”, salientou.
O presidente da LBP assegurou ainda que os bombeiros estarão “sempre presentes em todos os espaços por mais urbanos ou rurais que sejam” para a “cobertura de todo o país”.
“Dirão sempre presente para que qualquer situação grave não seja tão grave e, se for, que não seja pela falta de entrega, profissionalismo e disponibilidade dos bombeiros, que é o principal agente de proteção civil em Portugal”, garantiu.
A pandemia de covid-19 provocou mais de 3,9 milhões de vítimas em todo o mundo, resultantes de perto de 180 milhões de casos de infeção diagnosticados oficialmente, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 17.083 pessoas e foram confirmados 873.051 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.