A colocação no mercado de alimentos contendo larvas desidratadas do escaravelho “tenebrio molitor” está autorizada desde 1 de junho, após conclusão do respetivo processo de autorização pela União Europeia, anunciou a Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV).

“Após conclusão de um processo de autorização no âmbito do regulamento dos novos alimentos foi, no passado dia 1 de junho, publicado o Regulamento de Execução que autoriza o novo alimento “Larvas de Tenebrio molitor desidratadas” a ser colocado no mercado”, refere a DGAV numa nota publicada na sua página na Internet.

De acordo com a DGAV, “terá que ser dado cumprimento a determinadas especificações e disposições de rotulagem, nomeadamente relativas a reações alérgicas, mencionadas nesse regulamento”.

No âmbito do artigo 35.º — medidas transitórias — do Regulamento 2283/2015 da União Europeia (UE), relativo a novos alimentos, é possível comercializar insetos que tenham sido legalmente colocados no mercado, num país da UE, antes de 1 de janeiro de 2018 e relativamente aos quais tenha sido apresentado um pedido de autorização de comercialização, como novo alimento ou alimento tradicional de país terceiro, antes de 1 de janeiro de 2019.

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Até ao momento só se encontra autorizada a colocação no mercado da larva seca de “tenebrio molitor”.

No passado dia 26 de maio, a agência Lusa noticiou que a empresa portuguesa Thunder Foods pretende lançar este ano no mercado farinha produzida a partir de larvas de “tenebrio molitor” — também conhecida como “farinha amarela” — e destinada à utilização pela indústria agroalimentar como suplemento proteico na alimentação humana.

Em declarações à Lusa, o fundador da empresa e presidente da Portugal Insect — Associação Portuguesa de Produtores e Transformadores de Insetos, Rui Nunes, explicou que o objetivo é introduzir no mercado “um novo conceito de nutrição sustentável e de elevada qualidade, focado no uso de fontes nutricionais que demonstrem capacidade de contribuir para a alimentação do futuro com menos impacto ambiental”.

Segundo adiantou, a Thunder Foods está atualmente em fase de captação de investimento para implementação de uma unidade industrial de produção e processamento de insetos em larga escala, num investimento previsto de cinco milhões de euros a desenvolver em Santarém.