O presidente da Assembleia Nacional da Eslovénia reconheceu esta quarta-feira que o país assume a “tarefa exigente” de presidir ao Conselho da União Europeia (UE) “em tempos difíceis”, mas dos quais sairá “mais forte”.

Portugal termina esta quarta-feira a presidência rotativa do Conselho, que a Eslovénia assume a partir desta quinta-feira.

Para assinalar o facto, o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, organizou um encontro com os presidentes da Assembleia Nacional e do Conselho Nacional da Eslovénia, Igor Zorcic e Alojz Kovsca, respetivamente.

Durante o encontro, que decorreu por videoconferência, foi feita a passagem de testemunho da dimensão parlamentar da presidência portuguesa para a presidência eslovena.

“Portugal elevou bastante a fasquia para a nossa presidência”, elogiou Igor Zorcic, esperando que a Eslovénia obtenha “sucessos do mesmo nível”.

O presidente da Assembleia Nacional destacou algumas das prioridades da presidência eslovena, nomeadamente o foco na “resiliência e recuperação da UE”, o reforço da União como “parceiro de peso” a nível mundial e a promoção do Estado de Direito e dos direitos humanos, contra os populismos e nacionalismos.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A família europeia está unida por valores comuns, que estão sempre a ser postos à prova”, constatou.

O alargamento da UE aos países dos Balcãs Ocidentais é igualmente uma prioridade para a Eslovénia.

Vincando a “estabilidade nos Balcãs Ocidentais”, Igor Zorcic recordou que “o processo de alargamento está um pouco atrasado” e que, nesse contexto, é preciso “mostrar que a adesão à UE é do interesse dos países candidatos mas também da própria UE”.

Em entrevista à Lusa, a 28 de maio, em Lisboa, o chefe da diplomacia eslovena, Anze Logar, considerou o alargamento “uma oportunidade estratégica” para a UE, na qual a Eslovénia pode ser “um mediador honesto”.

A Eslovénia foi o primeiro país da região a entrar no círculo europeu, em 2004, seguindo-se a Croácia em 2013. Pela mesma altura, Sérvia e Montenegro iniciaram negociações e em 2020 houve acordo político para a abertura de conversações com a Albânia e a República da Macedónia do Norte. Bósnia-Herzegovina e Kosovo são, para já, apenas potenciais candidatos.

A Eslovénia quer também “dar a possibilidade aos cidadãos de dizerem aquilo que pensam, para voltarem a ganhar confiança nas instituições e nos líderes”, sublinhou Igor Zorcic.

Também o presidente do Conselho Nacional da Eslovénia, Alojz Kovsca, insistiu no “envolvimento ativo da sociedade civil e dos grupos de cidadãos na formulação de propostas para a UE, nomeadamente sobre os temas do alargamento e das migrações”.

Sobre a presidência portuguesa, Alojz Kovsca disse que foi “bem conseguida em termos de conteúdo, logística e organização” e destacou a cimeira social como “um dos grandes feitos”.

No encontro, Ferro Rodrigues, acompanhado pelo presidente da Comissão de Assuntos Europeus, Luís Capoulas Santos, fez o balanço das principais atividades desenvolvidas pela presidência portuguesa na sua dimensão parlamentar.

Ambos reconheceram que a presidência portuguesa foi condicionada pela crise pandémica, que acabou por impedir que grande parte dos eventos decorresse de forma presencial.

“Otimistas”, mas também “preocupados”, os eslovenos reconheceram que gostariam de “organizar todos os eventos previstos” presencialmente.

“Portugal e Eslovénia são duas nações defensoras do projeto europeu”, vincou Ferro Rodrigues, prometendo o apoio de Portugal e desejando sucessos a Liubliana, país de que guarda “hospitalidade e simpatia”.

Portugal e Eslovénia, a par com a Alemanha, integram o trio de presidências do Conselho da UE no período entre 1 de julho de 2020 e 31 de dezembro de 2021.