O exército dos EUA anunciou esta terça-feira que já retirou “mais de 90%” do seu efetivo estacionado no Afeganistão, num processo iniciado em maio e que deve ficar completado até 11 de setembro.

“O processo de retirada continua. O Comando Central dos Estados Unidos estima que concluímos mais de 90% do processo completo de retirada”, disse o Pentágono, num comunicado nesta terça-feira divulgado.

O exército dos EUA já devolveu oficialmente o controlo de sete antigas bases norte-americanas às forças afegãs e repatriaram equipamento militar equivalente à carga de 984 aviões C-17.

Na semana passada, as forças dos EUA e da NATO deixaram a base aérea de Baghram, a maior do Afeganistão, 50 quilómetros a norte de Cabul, que tem sido o principal centro de operações militares da coligação internacional.

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A retirada total dos militares norte-americanos foi prometida pelo ex-Presidente dos EUA, Donald Trump, que afirmou ser sua intenção retirar o país de “guerras sem fim”. Já com Joe Biden na Casa Branca, a intenção de saída do efeito militar foi reiterada e o novo Presidente colocou a data simbólica de 11 de setembro (20.º aniversário do ataque terrorista às Torres Gémeas) para o fim do processo de retirada.

No auge da presença militar norte-americana no Afeganistão, em 2011, durante o mandato de Barack Obama, os Estados Unidos chegaram a ter 98 mil soldados no terreno, segundo dados do Pentágono.

A forte presença militar era a consequência da invasão do Afeganistão por uma coligação internacional, em dezembro de 2001, em que os EUA foram sempre o principal fornecedor das tropas.

Em fevereiro de 2020, quando os Estados Unidos assinaram um acordo com os talibãs, em Doha, comprometendo-se com a retirada completa de militares do Afeganistão, o Pentágono estimou que 14.000 soldados norte-americanos ainda estavam presentes no país.

Em 1 de maio de 2021, prazo inicial para a retirada, adiado para 11 de setembro por Biden, cerca de 9.500 soldados estrangeiros ainda estavam no Afeganistão, incluindo 2.500 norte-americanos. Em 30 de setembro de 2019, o Pentágono estimou que o custo das operações dos EUA no Afeganistão foi de 776 milhões de dólares (654 mil milhões de euros) desde 2001.