Paulo Murta, um ex-gestor constituído arguido em Portugal na queda do Grupo Espírito Santo (GES), foi extraditado para os Estados Unidos, onde pode ser condenado a 45 anos de prisão por branqueamento de capitais e associação criminosa. De acordo com a SIC Notícias, Murta deixou Portugal na passada sexta-feira, 9 de julho, num voo comercial, acompanhado pela polícia norte-americana.

Além de estar a ser investigado, em Portugal, no caso da queda do GES, Paulo Murta, um homem próximo de Ricardo Salgado, era também procurado pelas autoridades norte-americanas no caso que envolve a Venezuela.

Salgado e BES envolvidos em esquema de corrupção de 3,5 mil milhões de euros na Venezuela

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Em causa, como o Observador noticiou em 2018, está um esquema de corrupção de diversos políticos venezuelanos e administradores e diretores da Petróleos da Venezuela (PDVSA), em que terão sido desviados mais de 3,5 mil milhões de euros.

Nesse esquema, Paulo Murta terá servido de intermediário no pagamento de luvas de dois empresários venezuelanos, Roberto Rinco e Abraham Shiera, ambos condenados por corrupção nos Estados Unidos, a responsáveis da PDVSA.

Homem de Salgado para a Venezuela prestes a ser extraditado para os Estados Unidos

Murta terá criado as sociedades offshore utilizadas pelos dois empresários e pelos membros da PDVSA, tendo ainda aberto contas nos diversos bancos do GES, por onde terá passado parte do dinheiro desviado da principal empresa venezuelana, num esquema em que o dinheiro circulava entre o Texas, a Zona Franca da Madeira, a Suíça, o Dubai e Curaçau.

Como um das filiais da PDVSA tem sede em Houston, no estado do Texas, as autoridades norte-americanas estão encarregues do caso e por isso pediram a extradição do ex-gestor próximo de Ricardo Salgado. Pelos crimes que está acusado nos Estados Unidos, Paulo Murta poderá ser condenado a 45 anos de prisão, uma sentença muito mais pesado que aquela que o poderia esperar em Portugal pelos mesmos crimes.