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A queda em desgraça de Ricardo Salgado tem uma fotografia icónica. No meio do turbilhão do verão de 2014 que pré-anunciou a falência do Grupo Espírito Santo (GES,) alguém colou um cartaz no centro de Lisboa com um grande plano do líder do BES e uma mascarilha à volta do olhos — numa espécie de Zorro ao contrário que em vez de defender os fracos e oprimidos era ele próprio apresentado como um vilão, o Dono Disto Tudo. A foto ganhou uma relevância tão significativa que até o jornal inglês Financial Times a escolheu, em setembro de 2014, para ilustrar um artigo de fundo sobre as suspeitas de fraude que existiam contra a gestão de Salgado à frente do BES na sua importante secção de análise diária chamada “Big Read”. Além de só tratar dos assuntos mais relevantes à escala global, o “Big Read” ocupa uma página inteira, logo, a foto de Ricardo ‘Zorro’ Salgado saltava imediatamente à vista.

A atenção que o Financial Times, assim como o norte-americano Wall Street Journal, deu à derrocada do GES só aconteceu porque os Espírito Santo eram, de facto, uma marca reconhecida pelos especialistas em alta finança. O “Grupo” estava presente em 25 países e esse era um registo que orgulhava Salgado. Uns países, contudo, eram mais importantes do que outros e as operações dos Espírito Santo passavam essencialmente por Lisboa, Genebra, Luxemburgo, Miami, Luanda e Dubai. Era nesta espécie de hexágono da alta finança que as operações financeiras do GES estavam concentradas.

A história contada neste artigo passa por uma parte desse hexágono e é mais uma prova de como o GES foi o último grande grupo económico português que teve uma implementação em quatro dos cinco continentes.

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