O ministro dos Negócios Estrangeiros do Iraque disse esta quinta-feira que o seu país vai investigar as redes de tráfico de pessoas responsáveis pela chegada de centenas de iraquianos à Europa, especificamente à Lituânia através da Bielorrússia.

O anúncio foi feito por Fuad Hussein após se ter encontrado em Bagdade com o seu homólogo lituano, Gabrielius Landsbergis.

A Lituânia, que recentemente declarou o estado de emergência devido ao crescente afluxo de migrantes, apelou ao Iraque para agir em relação ao assunto. Numa conferência de imprensa conjunta com Landsbergis, Hussein disse que o Iraque criará um comité com representantes de vários ministérios para reprimir as redes de contrabando.

Landsbergis indicou haver “necessidade mútua” de travar o tráfico do Iraque para a Europa e acusou a vizinha Bielorrússia de encorajar a migração para a Lituânia.

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Desde o início deste ano, a guarda fronteiriça da Lituânia já deteve mais de 1.500 migrantes procedentes da Bielorrússia, 20 vezes mais que em todo o ano passado.

“Um país hostil, nosso vizinho, está a usar os migrantes, principalmente iraquianos, para pressionar o meu país, para pressionar a União Europeia para que mudemos a nossa política”, disse o chefe da diplomacia lituano. “Pensamos que o povo iraquiano está a tornar-se uma vítima do regime bielorrusso”, acrescentou.

As relações entre Vilnius e Minsk estão tensas desde as eleições de 09 de agosto de 2020 na Bielorrússia, que reconduziram o Presidente Alexander Lukashenko, no poder há quase 27 anos, para um sexto mandato. O escrutínio foi considerado fraudulento pela oposição bielorrussa e pelo Ocidente.

Desde então, a Lituânia, Estado-membro da UE desde 2004, tem apoiado e concedido asilo a figuras do movimento opositor bielorrusso, incluindo à líder da oposição, Svetlana Tikhanovskaia.