Os Presidentes Emmanuel Macron (França), Barham Salih (Iraque) e Cyril Ramaphosa (África do Sul) integram a lista de cerca de 50 mil números de telefones que foram infetados pelo vírus israelita. O Pegasus permite a terceiros aceder a contactos, mensagens, fotografias e recolher dados de tudo o que se faz no telemóvel.
Mas não são os únicos com responsabilidades políticas a constar dessa lista onde há, inclusivamente um rei. O número de Mohammed VI, rei de Marrocos também é um dos visados. E se falarmos em primeiros-ministros a lista aumenta. Há três ainda em funções: Imran Khan (Paquistão), Mostafa Madbouly (Egito) e Saad-Eddine El Othami (Marrocos) e mais sete ex-chefes de executivos onde se inclui Saad Hariri (Líbano), Ruhakana Rugunda (Uganda) e o ex-primeiro-ministro da Bélgica e agora presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Nenhuma destas pessoas deu aos jornais que revelaram o caso acesso ao seu telemóvel, reporta o Washington Post (um dos jornais que integra o consórcio). Apesar de não ter sido possível realizar a análise forense para provar a infeção dos iPhones e smartphones com sistema Android, os números constam da lista e a propriedade dos números foi confirmada através de “registos públicos, livros de contactos de jornalistas e perguntas a funcionários dos governos”. Em alguns casos, ressalva o Washington Post, não foi possível confirmar se os números se mantêm ativos ou se são números antigos.
Desde 2016 que o Pegasus tem sido utilizado para vigiar alegados opositores de dez regimes, sendo que mais de 50 mil contactos terão estado na mira destes governos — mas apenas uma parte terá sido mesmo alvo do software malicioso. A Amnistia Internacional e o portal Forbidden Stories foram os primeiros a ter acesso a todos estes contactos, que depois os partilharam com mais de 80 jornalistas de vários órgãos de comunicação social internacionais.
A Amnistia Internacional conseguiu depois proceder à análise forense de 67 telemóveis e concluiu que 23 tinham tido mesmo o software, enquanto 14 mostraram sinais de uma tentativa de penetração e em 30 as perícias foram inconclusivas — na maioria dos casos por já ter havido uma troca de dispositivos móveis.