A Direção-Geral da Saúde (DGS) ainda não revelou oficialmente se dará luz verde à vacinação de crianças entre os 12 e os 15 anos — embora tenha sinalizado essa intenção na parte da reunião do Infarmed à porta fechada. Se essa for a decisão da entidade liderada por Graça Freitas, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde garante que o país está “preparado” para começar a vacinar aquele grupo etário. Sobre o anúncio da região autónoma da Madeira, que vai começar a inocular jovens a partir dos 12 anos, António Lacerda Sales diz que o Governo central vai respeitar a decisão.

Em declarações transmitidas pela RTP3, António Lacerda Sales defendeu que o Estado deve aguardar “serenamente” as diretrizes da DGS. Se a decisão for positiva, “estamos preparados para vacinar as crianças“, até porque “temos um tempo de oportunidade importante antes do ano letivo para o poder fazer, diz. Certo, garante, é que as decisões tomadas serão do “interesse superior da criança” e “no interesse coletivo”.

DGS defendeu vacinação abaixo dos 16 anos e vai fazer recomendação em breve

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A região autónoma da Madeira já anunciou que vai começar a vacinar contra a Covid-19 crianças a partir dos 12 anos, no próximo sábado. Lacerda Sales diz que a Madeira “tem um estatuto político-administrativo” que lhe permite tomar essas decisões. “Respeitaremos a decisão”, garantiu. Outros países também já tomaram essa opção, notou ainda, acrescentando que a “robustez científica também se adquire com algum tempo e amadurecimento”.

A DGS está ainda a analisar se dá luz verde à vacinação dos jovens entre os 12 e os 15 anos, mas a decisão deverá ser conhecida nos próximos dias. Na reunião de terça-feira no Infarmed, os especialistas aconselharam a vacinação deste grupo etário, como uma forma de abrir caminho a um regresso à normalidade. “Se não vacinarmos as crianças, vamos ter um pico inequívoco de casos, portanto está nas nossas mãos resolver o problema”, avisou Henrique Barros, médico epidemiologista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP). Só assim é que, com a chegada do inverno, “a vida se pode aproximar muito daquilo que era antes”.

Na mesma reunião, o coordenador da task force para a vacinação contra a Covid-19, Henrique Gouveia e Melo, disse que a administração de vacinas a jovens entre os 12 e os 15 anos poderia avançar ainda em agosto, caso a DGS dê luz verde.

Lacerda Sales: “Ninguém ficará por vacinar por questões de falhas de vacinas”

Questionado pelos jornalistas sobre uam eventual falta de segundas doses em stock da Pfizer, Lacerda Sales garantiu que o país tem “tido vacinas para acorrer às necessidades”. Ainda assim, “prevendo que nesta primeira quinzena [de agosto] possa haver menos vacinas que as previstas“, o país recorreu a mecanismos europeus de aquisição, nomeadamente com a Hungria, Itália ou Bulgária. São mecanismos de aquisição “de perto de 1 milhão de vacinas”. “Se houver alguma falta aqui ou acolá”, essas doses vão “colmatar essas falhas“.

Garantidamente que a população portuguesa pode ficar descansada, ninguém ficará por vacinar por questões de falhas de vacinas”, disse. E assegurou: “A segunda dose [da Pfizer] não está em causa”.