A Pfizer voltou a defender a toma de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19. Num relatório divulgado esta quarta-feira, a farmacêutica — que reviu em alta a previsão de vendas da vacina — diz que administrar uma dose adicional poderá aumentar “fortemente” a proteção contra a variante Delta.
Segundo a CNN, que cita o relatório, os investigadores da Pfizer defendem que os níveis de anticorpos contra a variante Delta em pessoas entre os 18 e os 55 anos que recebem uma terceira dose da vacina da farmacêutica são cinco vezes maiores do que após a segunda dose. Já nas pessoas entre os 65 e os 85 anos, os níveis de anticorpos aumentam em, pelo menos, 11 vezes.
Terceira dose da vacina? Responsável da Pfizer diz que a empresa vai “esperar pela ciência”
Os investigadores estimam que haja “potencial” para uma subida em até 100 vezes da proteção contra a variante Delta após a terceira dose em comparação com a segunda. Os dados — que também apontam para um aumento da proteção contra a variante original e a Beta (identificada na África do Sul) —, não foram, no entanto, ainda revistos pelos pares. A farmacêutica, que produziu em conjunto com a alemã BioNTech um imunizante contra a Covid-19, ainda vai divulgar dados “mais definitivos”, anunciou, citada pela Bloomberg. E pondera mesmo avançar com um pedido de autorização de emergência para uma dose de reforço, no início de agosto.
A intenção de pedir autorização ao regulador dos EUA para administrar uma terceira dose já tinha sido anunciada pela Pfizer. Na altura, os especialistas norte-americanos chutaram para canto essa possibilidade porque, argumentaram, ainda são precisos mais dados que sustentem a medida.
Em Portugal, para já, o Infarmed colocou de lado a hipótese de uma terceira dose da vacina, mas diz que está a acompanhar “os dados técnico-científicos à medida que estes se encontram disponíveis“. Na semana passado, o regulador defendeu que, para “acautelar uma possível terceira dose”, bem como “o desenvolvimento de vacinas adaptadas a novas variantes” do coronavírus, Portugal tem “dois contratos estipulados, cujo volume de vacinas ultrapassa os 14 milhões, com os laboratórios BioNTech/Pfizer e Moderna”. Já para 2023, o país contratualizou mais de 10 milhões de vacinas.
A Pfizer também tenciona criar uma nova vacina especificamente direcionada para combater a variante Delta. Os estudos clínicos deverão começar em agosto, dependendo da aprovação do regulador. O primeiro lote já começou a ser produzido.
Também esta quarta-feira, a farmacêutica reviu em alta a previsão de venda de vacinas contra a Covid-19. Espera vender, este ano, 33,4 mil milhões de dólares (cerca de 28 milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em vacinas contra o SARS-CoV-2, mais 29% do que na previsão anterior.