Enviado especial do Observador, em Tóquio

Patrícia Mamona tinha conseguido a qualificação direta para a final do triplo salto logo na primeira tentativa, com 14 centímetros a mais da marca referência, Auriol Dongmo assegurara o mesmo no lançamento do peso logo a seguir. Por isso, e como a triplista esteve ainda quase dez minutos com os jornalistas portugueses entre conversa e perceção dos resultados de algumas adversárias, quando saiu apareceu a lançadora logo de seguida. A conversa não deveria ter sido ali, porque a zona do lançamento do peso era um pouco antes, mas tudo ficou mais prático e apenas em três minutos a luso-camaronesa resumiu uma qualificação a 18,80.

“Sim, fiquei logo no primeiro, fiz 18,80”, confirmou sobre aquilo que não tinha sido visto no interior do recinto. “Foi isso, 18,80 logo na primeira tentativa. Claro que sim, muito feliz”, atirou de seguida.

“É muito importante fazer a marca de qualificação logo no primeiro ensaio, permite-me descansar mais. Fico mais tranquila também. Sei que na qualificação também tenho de dar tudo porque se não passar, não há final nenhuma, mas na minha cabeça estava a dizer que queria fazer a marca logo no primeiro ensaio”, explicou, antes de admitir as dificuldades para se adaptar às condições das provas em Tóquio. “É muito calor e eu não gosto muito de calor. Não estou muito habituada ao calor mas pronto, há calor em todo o mundo e por isso eu é que me tenho de adaptar”, referiu, sem saber também como estará a tempo e a humidade no dia da final.

“Lancei para qualificar sim, mas no aquecimento estava acima dos 19 metros. Na prova fiz o mais importante, foi 18,80. Para hoje chega. Todas as minhas adversárias são fortes, há muitas que lançam acima de 19 metros, outras que lançam acima de 20 metros mas uma final é uma final, não se sabe o que pode acontecer, e por isso é entrar e dar tudo. Lançamento de 20 metros em Tóquio? Sim, pode. Vai depender de muitas coisas, da pressão… A preparação foi feita, estou bem e Deus vai fazer o resto. Fiz a preparação para esses 20 metros, sinto isso no treino mas nas competições depende de muitas coisas”, prosseguiu a atleta luso-camaronesa.

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– E se tivesses de apostar em alguém para campeã do peso, apostavas em quem?
– Em mim!

“Claro que tenho de lançar a pensar na cabeça que quero uma medalha, a medalha de ouro porque toda a gente gosta do ouro e eu também gosto mais do ouro. Vou dar tudo o que conseguir na final”, concluiu.

Colocada no grupo B, Auriol Dongmo ficou com o oitavo registo do apuramento feito no primeiro lançamento, tendo visto as chinesas Lijiao Gong (19,46) e Jiayuan Son (19,23) ficarem com os melhores registos. No grupo A, o destaque foi para a americana Raven Saunders e para a sueca Fanny Roos, ambas acima dos 19 metros. Sara Gambetta, da Alemanha, conseguiu a última marca de qualificação não direta com uma marca de 18,57.