As médias nos exames nacionais deste ano desceram a 20 disciplinas, incluindo as médias das mais concorridas, subiram a três e mantiveram-se iguais apenas a Português, que fica com uma média nacional de 12 valores. Abaixo dos 10 valores, só se encontra a média de Física e Química, com 9,8, segundo dados oficiais divulgados esta segunda-feira.

No 12.º ano, as grandes subidas não foram às disciplinas com mais alunos inscritos A média de Latim, com apenas 10 provas realizadas, subiu dos 11,8 valores em 2020 para os 13,6 valores — a maior subida do ano.

Matemática Aplicada às Ciências Sociais subiu de 9,5 para 10,7, depois de, em 2020, ter sido a única disciplina que viu a média cair em relação ao passado. Subida idêntica, de 1,3 valores, teve a média de Geometria Descritiva que sobe 11,2 para 12,4 valores, de acordo com os dados do Júri Nacional de Exames, divulgados pelo Ministério da Educação.

Já as quedas afetam todas as disciplinas mais concorridas, exceto Português. Matemática A desce 2,7 valores (de 13,3 para 10,6) e Biologia e Geologia cai 2, com a média a diminuir de 14 valores para 12, uma disciplina essencial para quem quer entrar num curso de Medicina. Também a média nacional de Física e Química cai (3,4 valores) de 13,2 para 9,8.

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A Filosofia, o descrécimo na média é inferior a 1 valor, passando de 13 para 12,2. Continuando a olhar para as quedas, a História A a média nacional desce de 13,4 valores para 12,9, uma queda de 0,5. Geografia A também desce, mas menos: passa de 13,6 para 10,7 (quebra de 2,9 valores).

Tendo em consideração as disciplinas com um número de alunos superior a 2.500, aquelas que apresentaram uma classificação média mais elevada foram Inglês com 14,9 valores, Desenho A com 13,8 e História A com 12,9.

Fonte: Ministério da Educação

Português e Matemática são médias especialmente importantes já que servem de prova de acesso a muitos cursos superiores na área de humanidades e ciências sociais (Português) e nos cursos científicos (Matemática). Já Biologia e Geologia é fundamental para os alunos que querem entrar em Medicina.

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Este ano, na 1.ª fase dos exames nacionais estavam inscritos 151.863 alunos para realizar 248.136 provas, um valor inferior ao dos anos anteriores (devido às regras da pandemia), com quase 60% a participar exclusivamente com o objetivo de concorrer ao ensino superior. Acabaram por realizar-se apenas 204.368 provas, ou seja, cerca de 82,4% das inscrições.

Biologia e Geologia voltou a ser a disciplina mais concorrida (42.055 inscritos, 36.517 provas realizadas) entre as 24 disciplinas sujeitas a exame nacional. Foi seguida de Português (40.966 inscritos, 34.318 provas feitas), Matemática A (39.398 alunos inscreveram-se, 34.124 realizaram exame) e Física e Química A (38.372 inscritos com 32.802 provas feitas).

No primeiro ano de pandemia, médias subiram até 3 valores

O ano passado, as médias dos exames nacionais subiram (durante a 1.ª fase) até mais 3 valores o que teve como consequência imediata a subida das médias para o Ensino Superior: 2020 acabou por ser um ano com um número recorde de estudantes a candidatarem-se às universidades e politécnicos o que levou a medidas excecionais. As vagas fixadas e não ocupadas nos concursos especiais de acesso puderam ser transferidas para o regime geral de acesso para responder ao aumento excecional no número de candidatos.

Pesquise aqui as 52.963 vagas do ensino superior. Este ano há mais 834 lugares disponíveis

A subida das médias no secundário também teve uma explicação que se prende com a pandemia de Covid-19: os alunos só fizeram as provas que serviam como específicas para ingresso no ensino superior, já que para completar o secundário apenas contaram as notas internas, atribuídas pelos professores. A consequência imediata foi haver menos alunos inscritos, menos exames realizados e menos provas realizadas por estudante — regras que se mantiveram este ano.

Os exames em si também sofreram alterações: os enunciados eram compostos de perguntas obrigatórias e perguntas opcionais, permitindo que os alunos respondessem apenas a questões sobre matérias trabalhadas em aulas presenciais. No entanto, se escolhessem responder a todas as perguntas opcionais, só seriam contabilizadas as que tivessem melhor classificação. Também esta decisão teve consequências e, conforme era esperado, as médias dos exames nacionais subiram.

Este ano, a estrutura manteve-se, mas com mais perguntas obrigatórias para evitar notas demasiado elevadas.

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No processo de classificação das provas estiveram envolvidos 9.010 professores do ensino secundário.